TCE

Selecionados terão acesso a treinamento

 O Instituto Serrapilheira, primeira
instituição privada e sem fins lucrativos de fomento à ciência no Brasil,
anunciou hoje (29), no Rio de Janeiro, investimento de R$ 2,3 milhões em 23
jovens cientistas brasileiros, selecionados pela 3ª Chamada Pública de Apoio à
Ciência. 
 Os pesquisadores vão receber até R$ 100 mil
cada para investir em projetos nas áreas de ciências naturais, ciência da
computação e matemática. Com esse novo aporte, o instituto totaliza R$ 31,3
milhões investidos em ciência no período de três anos.
 Segundo afirmou o diretor-presidente da
entidade, Hugo Aguilaniu, a importância do investimento na pesquisa básica
ficou mais evidente na pandemia do novo coronavírus. 
 “A ciência está em ação neste momento para
entender a velocidade do contágio, nossa resposta imunológica e desenhar
estratégias para diminuir o impacto do novo coronavírus. Este é o resultado de
décadas de investimento em ciência fundamental”. 
 A diretora de Ciência da instituição, Cristina
Caldas, acrescentou que “apoiar jovens cientistas em um momento especialmente
difícil como esse nos traz um novo ânimo”.
 Os cientistas selecionados terão acesso a
treinamentos, eventos de integração e iniciativas de colaboração, sempre
pautados pelos valores da ciência aberta e diversidade na ciência.
 Eles serão
reavaliados após um ano, quando até três deles serão escolhidos para receber
apoio de R$ 1 milhão por três anos, sendo R$ 300 mil de bônus, destinados à
integração e à formação de pessoas de grupos sub-representados na ciência.

  Pesquisas

 Os pesquisadores selecionados são em Ciência
da Computação: Rodrigo Barros, da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (RS), com a pesquisa Inteligência Artificial (IA) para o
bem-estar social: construção de redes neurais justas, explicáveis, resistentes
a fatores de confusão e com supervisão limitada; Ricardo Cerri, da Universidade
Federal de São Carlos (SP), com Evolução automática de redes neurais profundas;
Igor Dantas dos Santos Miranda, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
(BA), com Supersensores minimalistas: algoritmos e arquiteturas de hardware
para arranjos de sensores de 1 bit.
 Em Ciências da Vida, os selecionados são: Cecilia
Andreazzi, da Fundação Oswaldo Cruz (RJ), com a pesquisa Ecologia de
meta-comunidades de doenças: movendo do efeito diluidor para paisagens
diluidoras; Frederico Henning, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ),
com A evolução é previsível? Sobre as causas proximais da convergência
evolutiva e suas relações com a origem da biodiversidade; Ricardo Martinez
Garcia, do Instituto Sul-Americano para Física Fundamental/ Ictp-Unesp (SP),
com Compreendendo a ecologia e evolução de comportamentos sociais microbianos
em ambientes turbulentos: cooperação como um estudo de caso; Tiago Gräff, da
Fundação Oswaldo Cruz (BA), com Identificação de vírus neuro-invasivos em casos
de encefalite aguda no nordeste do Brasil; Fabio Gomes, da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (RJ), com Efeito de malnutrição em vertebrados na competência
vetorial de Aedes aegypti; Danilo Neves, da Universidade Federal de Minas
Gerais (MG), com Evolução de nicho em biomas tropicais e suas consequências;
Vania Pankievicz – GoGenetic (PR), com Entendendo o papel do microbioma no
fluxo de nitrogênio de solos sustentáveis, acoplando sequenciamento de DNA e
estudo de isótopo estável 15N; Angelica Vieira, da Universidade Federal de
Minas Gerais (MG), com Alterações na microbiota intestinal contribuem para
a seleção e disseminação de resistência antimicrobiana; e Eduardo Zimmer, da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (RS), com As origens da
vulnerabilidade e resistência à neurodegeneração em mamíferos. 

 Física, Geociências, Matemática e
Química

 Na área da Física, os contemplados são
Farinaldo Queiroz, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (RN), com a
pesquisa O Universo é escuro; Alexandre Bergantini de Souza, do Centro Federal
de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (RJ), com Investigação em
laboratório sobre a síntese de moléculas orgânicas complexas por radiação
ionizante no meio interestelar; e Daniel Valente, da Universidade Federal de
Mato Grosso (MT), com Princípios físicos do comportamento vivo.
 Em Geociências, foram selecionados Fabricio
Caxito, da Universidade Federal de Minas Gerais (MG), com o Projeto MOBILE:
cadeias de montanhas e o aparecimento de vida complexa na Terra; Fernanda
Gervasoni, da Universidade Federal de Goiás (GO), com Voláteis e sua influência
no manto terrestre abaixo da região Centro-Oeste do Brasil registradas em
inclusões de minerais primários e acessórios em rochas alcalinas; Renata Nagai,
da Universidade Federal do Paraná (PR), com O passado do Oceano Atlântico
Sudoeste e perspectivas sobre as mudanças climáticas futuras.
 Em Matemática, os cientistas são Matías
Delgadino, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (RJ), com
Descrições estatísticas de longo tempo de sistemas de partículas em interação e
flutuações em torno de seu limite termodinâmico; Jethro van Ekeren, da
Universidade Federal Fluminense (RJ), com Teoria de representações de álgebras
de vértices; María Salazar, da Universidade Federal Fluminense (RJ), com
Grupoides e algebroides de Lie: teoria estrutural e aplicações.
 Na área de Química, foram selecionados os
pesquisadores Taicia Fil, da Universidade Estadual de Campinas (SP), com o
projeto Resgatando a citricultura brasileira do greening: uma estratégia para
desarmar o vilão; e Murilo Santhiago, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia
e Materiais (SP), com Compreendendo defeitos químicos no plano basal de
materiais 2D em direção a reação de evolução de hidrogênio.
 O instituto atua em duas frentes: ciência e
divulgação científica. Desde sua criação, em 2017, ele já apoiou 98
pesquisadores e 34 projetos de divulgação científica.
Foto: José Cruz