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A ameaça da COVID-19,tem aumentado em todo mundo. A pandemia teve início na China, mas espalhou-se rapidamente por todos os continentes, fruto podre da globalização, e vem trazendo sérios impactos para a saúde e a economia mundial. Os reflexos são percebidos em quase todos os setores da economia mundial e no Brasil não está diferente. 
Com esse panorama duas atividades ganharam grande destaque na mídia no que concerne ao combate à COVID-19, são eles: a medicina de uma forma geral que deriva desde a pesquisa científica aos profissionais de enfermagem. 
Já no campo da logística hospitalar, destaco a construção de hospitais de campanha, o cuidado com a acuracidade das informações quanto à contagem dos meios disponíveis para receber os atingidos pela doença, cito como exemplos, o número de leitos em um hospital, cidade ou estado. O número de respiradores que estão salvando vidas, a disponibilidade de EPI´s para os profissionais que estão à frente do combate á doença. 
Mas esta não é a primeira vez que a logística enfrenta uma batalha em uma guerra que ainda vai muito longe. Desde os tempos bíblicos, os líderes militares já se utilizavam da logística. As guerras eram longas e geralmente distantes. Eram necessários grandes e constantes deslocamentos de recursos. Para transportar as tropas, armamentos e carros de guerra pesados, aos locais de combate, era necessário: o planejamento, organização e execução de tarefas logísticas. Tarefas estas que envolviam a definição de uma rota que nem sempre era a mais curta, pois era necessário: ter uma fonte de água potável próxima, transporte, armazenagem e distribuição de equipamentos e suprimentos. Na antiga Grécia, Roma e no Império Bizantino os militares com o título de Logistikas eram os responsáveis por garantir recursos e suprimentos para a guerra. 
Carl Von Clausewitz dividia a Arte da Guerra em dois ramos: a tática e a estratégia. Não falava especificamente da logística, porém reconheceu que “em nossos dias, existe na guerra, um grande número de atividades que a sustentam e que devem ser consideradas como uma preparação para esta”. 
A primeira vez, o uso da palavra “logística” foi definido como “a ação que conduz à preparação e sustentação das campanhas”, enquadrando-a como “a ciência dos detalhes dentro dos Estados-Maiores”. 
Em 1888, o Tenente Rogers introduziu a Logística como matéria na Escola de Guerra Naval dos Estados Unidos da América. Entretanto, demorou algum tempo para que estes conceitos se desenvolvessem na literatura militar. 
A realidade é que até a 1ª Guerra Mundial raramente aparecia a palavra Logística, empregando-se normalmente termos como: Administração, Organização e Economia de Guerra. 
A verdadeira tomada de consciência da logística como ciência teve sua origem nas teorias criadas e desenvolvidas pelo Tenente-Coronel Thorpe que no ano de 1917 publicou o livro “Logística Pura: a ciência da preparação para a guerra”. Segundo Thorpe, a estratégia e a tática proporcionam o esquema da condução das operações militares, enquanto a logística proporciona os meios”. Assim, pela primeira vez, a logística situa-se no mesmo nível da estratégia e da tática dentro da Arte da Guerra. 
Retomando aos dias atuais, quando falamos de logística e COVID-19 , esperamos que a distribuição do alimento que em grande parte é feita pelo modal rodoviário não entre em colapso, já experimentamos isso recentemente e sabemos onde dói. 
Luiz Claudio da Silva é educador corporativo, professor de ensino superior e especialista em capacitação empresarial, profissional de Logística, RH e Gestão da Qualidade e especialista em Transporte Aéreo de Cargas Internacionais.