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Em encontro realizado nesta quinta-feira (11) com dirigentes das universidades federais, presidente se comprometeu a mediar diálogo com setor econômico do governo

 

O presidente Lula, em reunião nesta quinta-feira (11) com a diretoria da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), se comprometeu a abrir uma frente de diálogo entre os reitores e a área econômica do governo.

“Essa perspectiva de uma nova reunião com os ministros Haddad, Tebet e Ester não existia, é algo inédito. Além do compromisso do presidente com a educação superior, só vamos encontrar caminhos para recompor e ampliar o orçamento das universidades federais se eles se envolverem”, disse Márcia Abrahão, presidente da entidade.

Segundo ela, o presidente ouviu atentamente as demandas dos dirigentes, que incluia, além do aumento dos investimentos nas universidades, a necessidade de criação de uma lei que garanta previsibilidade orçamentária para as instituições e a demanda de reajuste dos técnicos e docentes, atualmente, em campanha salarial.

“Lula disse que sabe das nossas expectativas, mas nem sempre consegue atender, porém, deixou claro que eles reconhecem a importância dos trabalhadores, que os salários estão defasados, e reforçou que estão trabalhando para minimizar as perdas”, afirmou. A reitora pontuou, porém, que a suspensão do movimento grevista vai depender da proposta apesentada pelo governo.

Também participaram da reunião o ministro da Educação, Camilo Santana, e a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Deweck, além de assessores das duas pastas. Na pauta de discussões, foram abordados, ainda, temas como os programas previstos para a educação no Novo PAC, o funcionamento de hospitais, rádios e TVs universitárias e assistência estudantil.

Ajuste salarial

Durante sua participação no programa Bom dia, ministra nesta quinta-feira (11/4), Esther Dweck, afirmou que o governo deve apresentar uma nova proposta de reajuste para os servidores federais da educação em duas semanas.

Ela disse que o governo deve abrir o diálogo com todos os servidores, mas vai começar pelos professores e técnicos, cujas negociações estão mais avançadas — a categoria rechaçou a proposta inicial da pasta.
“O que estamos discutindo agora dentro do governo é o espaço orçamentário para fazer uma contraproposta. Fizemos a primeira proposta que não foi aceita e nesse momento estamos discutindo, internamente no governo, o espaço orçamentário não só para educação, mas para demais servidores, para que se possa ter um valor acima desse”, explicou. A previsão para a abertura de mesas de negociação com as demais categorias é até julho.

A ministra acenou para percentuais maiores que os 9%, escalonados em 2025 e 2026, inicialmente ofertados, porém reforçou que não há reajuste previsto no orçamento da União para 2024. “É uma decisão política e fiscal que precisamos tomar internamente no governo para fazer uma contraproposta”, disse Dweck.

A categoria segue com paralisações até que uma proposta concreta seja apresentada. Os técnicos das universidades e institutos federais estão em greve desde 11 de março, e os professores do ensino superior aprovaram um indicativo de greve a partir da próxima segunda-feira (15).

Cristina Del Papa, uma das coordenadoras da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) informou que, nesta quinta-feira (11), o Ministério da Educação (MEC) realizou uma reunião com as entidades, quando foi anunciado, formalmente, o prazo de 15 dias para apresentação de uma proposta, divulgado pela ministra Dweck.

A coordenadora disse que a Federação vai manter a greve, uma vez que as mobilizações estão repercutindo, com apoio crescente de universidades e institutos e a participação de mais de 700 pessoas nas assembleias. “Nós contamos com um orçamento de R$ 2 bilhões, que é insuficiente para a reestruturação das carreiras, então esperamos que o governo nos chame para acrescentar mais R$ 1 bilhão, viabilizando o encerramento da greve”, pontuou.

Felipe Oliver, coordenador do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), afirmou que a entidade está esperando uma notificação oficial do governo para decidir os rumos da paralisação. “Nós guardamos a oficialização do que foi dialogado, chegar ao conjunto de entidades das carreiras do serviço público federa, para emitirmos algum parecer ou resposta sobre isso”.

Ambas entidades realizarão mobilizações na próxima semana. O Sinasefe participará de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, na terça-feira (16), às 16 horas e realizará sua 189ª Plenária Nacional na quinta-feira (18). A Marcha do Funcionalismo Federal vai reunir as categorias na quarta-feira (17), às 9 horas. Além disso, a Fasubra também vai participar na Jornada de Lutas, chamada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), entre os dias 16 até 18 deste mês.

*Estagiária sob a supervisão de Priscila Crispi

 

Fonte: Correio Braziliense

Foto: Ed Alves