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Um novo pico no número de casos de Covid-19 em Manaus nos meses de julho e agosto pode acontecer, segundo um novo estudo realizado por professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). De acordo com a pesquisa o novo pico da doença pode ser maior do que o anterior, quando o sistema de saúde pública colapsou.

Para os pesquisadores, a redução na quantidade de casos confirmados desde o início deste mês pode levar a uma “falsa sensação de segurança” para a população. O estudo foi feito com base no plano de reabertura gradual do comércio de Manaus divulgado pelo governo estadual. 
Os dados analisados pelos professores diz que a estimativa é que a capital teria atingido um pico de cerca de 110 mil casos ativos da doença – somando testados, não testados e assintomáticos – no dia 15 de abril e que, no dia 27 de maio, havia aproximadamente 25 mil pessoas infectadas. A projeção para o próximo pico é de mais de 200 mil infectados simultaneamente em Manaus.
Os dados apontam que em torno de 13% a 18% da população já tenha sido infectada pelo novo coronavírus. No fim de maio, quando o número de infectados já ultrapassava a marca de 40,5 mil, a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do estado observou um crescimento progressivo nos números semanais, chegando a um pico na última semana de maio, quando foram 11.758 novos casos confirmados em sete dias.
Desde então o padrão mudou, apontando uma redução de 38% nos números no começo de junho. Em todo o estado, até a tarde deste sábado (20), mais de 62 mil de pessoas contraíram o novo vírus e mais de 2,6 mil morreram em decorrência da Covid-19.
Em um cenário com redução gradual do distanciamento social durante o mês de junho, como a reabertura do comércio, até atingir em 1º de julho os mesmos níveis de isolamento que existiam no início de abril, um aumento no número de infectados poderá ocorrer em agosto.
Diante do elevado número deste cenário atual, e do número relativamente baixo de indivíduos com possível imunidade temporária, a conclusão do estudo indica que não é recomendável qualquer afrouxamento de medidas de distanciamento social, para permitir uma queda mais significativa de novas infecções.
Segundo o estudo da Ufam, o distanciamento social e as medidas de proteção individual – como uso de máscaras e higiene das mãos – foram responsáveis pela redução na taxa de transmissão do vírus, o que levou a uma mitigação da epidemia da Covid-19 em Manaus, e uma consequente queda no número de óbitos e casos confirmados.