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Mauro Cid confirma acusação de golpe e diz que Bolsonaro queria Alexandre de Moraes preso

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou nesta segunda-feira (9) que a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a suposta trama de golpe de Estado é verídica. Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Cid declarou ter “presenciado grande parte dos fatos, mas não participou deles” durante seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF).

Mauro Cid foi o primeiro a ser ouvido pelo STF, como parte de sua delação premiada com a Polícia Federal. Questionado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, o militar garantiu ter assinado o acordo por vontade própria, sem coação, e confirmou integralmente seus depoimentos anteriores.

A “minuta do golpe” e a participação de Bolsonaro
Em seu depoimento, Cid confirmou a existência de um documento que previa a prisão de autoridades do STF e do Legislativo. Segundo ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro teria lido e “enxugado” o texto.

“Sim [Bolsonaro] recebeu e leu. Ele enxugou o documento. Basicamente, retirando as autoridades das prisões, somente o senhor [Moraes] ficaria como preso. O resto não”, detalhou Mauro Cid.

O documento também propunha a criação de uma comissão eleitoral para conduzir uma “nova eleição, baseada em uma eleição anulada”. Cid não se recorda das datas exatas, mas afirmou que o documento foi apresentado a Bolsonaro em “duas, no máximo três reuniões”, e a versão “enxugada” teria sido mostrada a chefes das Forças Armadas.

A “minuta” consistia em três partes. A primeira, com cerca de dez páginas de “considerandos”, listava supostas interferências do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no governo Bolsonaro e nas eleições. A segunda parte, com uma “abordagem jurídica”, tratava de temas como Estado de defesa, Estado de sítio, prisão de autoridades e a decretação de um conselho eleitoral para refazer as eleições.

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