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Vítima relata à irmã que está sendo abusada pelo pai em São Vicente, SP. — Foto: Reprodução

Prints mostram a vítima pedindo
ajuda para a irmã. Segundo relata, o homem chegou a dopá-la e abusos eram
recorrentes. Crimes teriam ocorrido em São Vicente (SP).
Por G1 Santos
29/10/2019
Uma menina de 13 anos pediu
socorro para irmã pelo WhatsApp após ser estuprada pelo próprio pai, de 47, em
São Vicente, no litoral de São Paulo. Em entrevista ao G1 nesta terça-feira
(29), a irmã da vítima relatou que a adolescente sofreu abusos sexuais diversas
vezes por parte do suspeito. A Polícia Civil investiga o caso.
O crime teria acontecido em
setembro, mas a irmã resolveu divulgar agora, devido ao homem permanecer solto
oferecendo riscos a integridade dos familiares. A irmã diz que, nas mensagens
enviadas, a adolescente diz que os abusos aconteceram, pelo menos, em outras
quatro ocasiões anteriores, sempre da mesma forma.
Segundo apurado pelo G1, na mais recente,
ela acordou de madrugada com o suspeito em cima dela e com as roupas abaixadas.
“Não aguento mais, quero morrer. Ele diz que só quer fazer carinho em mim, mas
só quer passar a mão no meu peito”, diz a menor em um dos trechos.
A irmã contou ao G1 que mora em
São José do Rio Preto, no interior do Estado e, logo depois de receber a
mensagem, foi até São Vicente para buscar a irmã. “No mesmo dia que recebi as
mensagens eu fui. Quando cheguei, ela arrumou as malas e eu trouxe ela e mais
dois irmãos meus, de 14 e 10 anos, para cá. Assim que cheguei na minha cidade
procurei a delegacia”, relatou.
A vítima morava sozinha com os
dois irmãos e o pai no bairro do Catiapoã. Segundo a irmã, a mãe não mora na
casa há cerca de dois anos e os filhos não têm contato com ela.
Estupros recorrentes
Entre as mensagens enviadas via
WhatsApp, a menina pede para se mudar para a casa da irmã. “Se você quiser, te
ajudo a pagar o aluguel, água, mas por favor me tira daqui”. Ela ainda prometeu
que reagiria caso o homem tentasse abusar dela novamente. “Vou bater nele. Ele
pode até me bater, mas não quero mais sofrer por isso”, escreveu.
Na delegacia, a vítima disse que
chegou a ser drogada pelo suspeito várias vezes, para facilitar os abusos.
Segundo ela, inicialmente o suspeito passava a mão nas partes íntimas, mas
depois ele tirava a roupa e cometia o ato sexual. Conforme relatou, os estupros
começaram com um ‘remédio em líquido misturado com refrigerante e, depois, ele
passou a dar comprimidos frequentemente’.
Investigação
A irmã afirmou ao G1 que, pouco
antes de chegar na casa da menina de 13 anos, o homem saiu de lá dizendo que ia
embora e não foi mais localizado. “Só quero que a justiça seja feita. Que ele
pague pelo que fez. A polícia não pode procurá-lo como culpado porque não tem
provas materiais, só se ela estivesse morta ou grávida ou se tivesse feito o
exame logo após o estupro.”
Na delegacia, os policiais
pediram exame de corpo de delito e encaminharam a vítima. Apesar do trauma, a
irmã diz que a irmã passa por atendimento psicológico no Centro de Atenção
Psicossocial (Caps).
O caso foi registrado na
Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Em nota, a Secretaria de Segurança Pública
(SSP) informou que o homem é investigado por estupro de vulnerável e que as
investigações seguem para esclarecer o caso.