TCE
Governo grego nega e
diz que Turquia ‘fabrica notícias falsas’; imigrantes relatam que
polícia grega usa bombas e balas de borracha

 Uma pessoa morreu nesta quarta-feira (4) por
tiros procedentes do lado grego da fronteira quando tentava entrar na Grécia
através da Turquia, segundo informaram autoridades turcas, embora Atenas tenha
negado o incidente — que ocorre em meio a uma escalada na crise
migratória nas fronteiras europeias
.
 A vítima foi atingida por um tiro no peito
quando os militares gregos que protegem a fronteira lançaram gás lacrimogêneo,
balas de borracha e munição real, deixando outras cinco pessoas feridas,
informou em comunicado o gabinete do governador da cidade de Edirne, na
Turquia.
 Os militares gregos abriram fogo no momento em
que um grupo de migrantes tentou forçar a entrada na Grécia nesta manhã, de
acordo com a fonte.

 Vários disparos na fronteira
grega

 “Não houve mortos por tiros das forças
gregas. A Turquia fabrica e distribui notícias falsas. Hoje, inventaram mais
uma, de supostos feridos por tiros das forças gregas. Nego categoricamente”,
comentou o porta-voz do governo grego, Stelios Petsas.


 Embora a imprensa tenha sido vetada na
zona onde milhares de refugiados e migrantes estão acampados desde a
sexta-feira passada, a Agência
Efe
constatou no local que ao longo da manhã foram ouvidos vários
disparos e vistas várias nuvens de gás lacrimogêneo. Além disso, cerca de dez
ambulâncias circularam pela região.

 A tensão na fronteira entre a Grécia e a
Turquia aumentou depois que o governo de Recep Tayyip Erdogan decidiu
romper acordo com a União Europeia sobre retenção de imigrantes e liberara a passagem para o território europeu.

 Imigrante relata uso de balas de
borracha

 Um refugiado iraniano que se identificou como
Reza, e que está há quatro dias no acampamento, explicou que os militares
gregos usam o gás para afastar quem se aproxima da vala da fronteira, mas que
hoje usaram balas de borracha pela primeira vez.
 “Eles atiram nas partes baixas do corpo.
As balas não penetram na pele, mas causam ferimentos muito dolorosos. Também
usam jatos d’água”, afirmou, explicando que a proteção usada na orelha se
deve a um ferimento causado pela polícia grega.
 Reza, oriundo da cidade iraniana de Shiraz e
que vive há cinco anos na Turquia, disse que cerca de 15 mil pessoas esperam na
passagem da fronteira de Pazarkule-Kastaniés para atravessarem à Grecia, e que
a polícia turca não permite que os migrantes saiam da região.
Fonte:  R7
Foto:  Divulgação