Amanheceu de luto nesta segunda-feira (5) com a notícia do falecimento de Raimundinho Dutra, um dos nomes mais importantes da história do Boi-Bumbá Caprichoso. Considerado o principal compositor do bumbá azul e branco, Raimundinho deixa um legado imensurável para a cultura popular da Amazônia e do Brasil. Ele faleceu aos 93 anos, rodeado por familiares e amigos.
Dutra foi responsável por composições que marcaram gerações e se tornaram hinos para os torcedores e admiradores do Caprichoso. Suas toadas carregavam a alma do povo amazônico, exaltando a floresta, os mitos e a resistência cultural dos povos da região. Sua obra teve papel fundamental na consolidação do Festival Folclórico de Parintins como uma das maiores manifestações culturais do país.
Ao longo de sua carreira, Raimundinho Dutra compôs centenas de toadas, muitas das quais foram decisivas nas vitórias do Boi Caprichoso no festival. Reconhecido por seu talento, sensibilidade e compromisso com a tradição, ele era uma referência para músicos, intérpretes e artistas do Boi-Bumbá.
A Prefeitura de Parintins e o Boi Caprichoso divulgaram nota de pesar, decretando luto oficial de três dias. Nas redes sociais, admiradores, amigos e artistas prestam homenagens, destacando a importância de Raimundinho para a identidade cultural amazônica.
A despedida será realizada no Curral Zeca Xibelão, espaço sagrado do Caprichoso, onde fãs poderão prestar as últimas homenagens ao mestre da toada. Raimundinho Dutra parte, mas sua voz ecoará eternamente nos rufares dos tambores e nos corações azulados.
O corpo do compositor será velado na casa onde vivia, em Manaus, desde janeiro de 1985, na avenida Rogério Magalhães, 77, núcleo 14, Cidade Nova 2.
