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Maria Jandimar Rodrigues, que tinha 39 anos, morreu minutos após ser anestesiada para a segunda sessão de hidrolipo.

A vítima era empregada doméstica, tinha iniciado a primeira sessão de hidrolipo, na semana passada. No entanto, na segunda sessão que seria para retirar a gordura na região abdominal, Maria passou mal durante o procedimento feito nas costas.

A filha da vítima, a atendente Brenda Rodrigues, de 21 anos, aguardava sua mãe concluir a intervenção na recepção e a filmou sendo socorrida na calçada do Carioca Shopping, em Vicente de Carvalho, Zona Norte do Rio, sem saber de quem se tratava.

Ela conta que quando perguntou ao médico Brad Alberto Castrillion Sanmiguel, que olhava de longe o que estava acontecendo, foi informada por ele que era apenas um funcionário do prédio.

“Minha mãe passou por trás, desceu pelo elevador sozinha, de roupão, sem roupa. O médico não prestou nenhum atendimento. Eu vi e filmei tudo sem saber que era minha mãe. Colocaram tapumes em volta enquanto faziam massagem cardíaca e respiração boca a boca. Em um momento, perguntei a ele o que estava acontecendo, sem saber que ele era o médico que atendia minha mãe, e ele disse que era apenas um funcionário do prédio. Já estava de mala pronta para sair com uma funcionária e, enquanto aguardava um táxi, foi abordado por um policial que disse que ele não poderia deixar o local”, relatou Brenda.

“O tempo foi passando e fui insistindo por notícias da minha mãe. Comecei a chorar até que me levaram em um canto e uma oficial do Corpo de Bombeiros me disse que aquela mulher que estava sendo atendida era ela e não tinha resistido. Desabei”, completou.

O companheiro da vítima há seis anos, o motorista Wagner Vinicius Morais de Carvalho, de 33, aguarda no Instituto Médico Legal, na manhã deste sábado, a liberação do corpo.

“Na primeira vez, ela chegou muito mal em casa. Estava de fralda, muito roxa, e me mostrou um vídeo muito agressivo do procedimento. Fiquei cinco dias sem comer direito e ainda falei para ela não continuar com aquilo, que já estava magra e bonita. A funcionária da clínica gravou e mandou para o telefone dela, dizendo que aquilo era normal”, relatou.

O caso foi registrado como “encontro de cadáver” na 27ª DP (Vicente de Carvalho). O médico Brad Alberto Castrillion Sanmiguel, responsável pelo procedimento, foi citado no registro de ocorrência na condição de testemunha. De acordo com o delegado Ricardo Barbosa, titular da distrital, o médico apresentou todos os documentos legais de funcionamento da clínica.