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Uma mulher que estava internada desde o dia 18 de junho e precisou ser submetida a um parto induzido na semana passada morreu aos 28 anos de covid-19 no último domingo (2), em Teresina. Elis Jade do Nascimento estava grávida de seis meses, e seu bebê já estava morto quando foi feito o parto.
A morte da gestante comoveu a equipe da maternidade, que sabia que a paciente recentemente perdera dois familiares também com coronavírus. A mãe de Elis, de 55 anos, morreu no dia 20 de junho, dois dias após a internação da filha. No mesmo mês, ela tinha perdido a avó paterna.
O obstetra Arimatéa Santos Júnior relatou que a paciente evoluiu para um quadro grave da doença, teve que usar ventilação mecânica e fazer a traqueostomia. Segundo o médico, o bebê morreu devido às complicações decorrente da doença da mãe. “O bebê estava com 24 semanas em um grau de prematuridade extrema e foi a óbito devido à gravidade da mãe. 
Não tinha como fazer uma cesariana, pois o bebê não conseguiria viver fora da barriga da mãe. Foi feito o parto induzido para expelir o feto para ela continuar o tratamento, mas não suportou e veio a óbito”, informou o médico. 
Elis Jade chegou a escrever um bilhete pedindo que rezassem por ela. “A luta é grande, só Deus sabe o que passa, orem pela minha alta”, dizia na mensagem. 
Abalado, o marido disse que está sofrendo muito com a perda da esposa. 
“Ela era uma mulher abençoada por Deus. Estamos sofrendo muito sua perda”, afirmou Geovane Silva.
Divergência na família sobre morte da mãe.
Uma prima, Taynara Ingred do Nascimento, chegou a dizer à reportagem que Elis descobriu a morte da mãe pelo Facebook ao olhar seu aparelho celular. O impacto da perda teria complicado o estado de saúde da grávida, segundo a familiar. 
A versão, porém, foi negada pelo marido de Jade. Geovane disse que quem deu a notícia à esposa foi ele. 
“Eu quem disse, eu consolei ela”. Ele disse ainda que não acredita que o quadro de saúde da mulher tenha piorado após ela saber da morte da mãe. 

“A Elis sabia da real situação da mãe, ela sabia de tudo, estávamos juntos dela. Quando soube da morte da mãe, ela se abalou, se emocionou, mas não piorou por causa disso”, afirmou. “O pulmão dela já estava bem afetado comprometendo sua saúde. Ela se preocupava com a melhora do nosso filho e cuidava para isso.” 
Elis Jade estudava pedagogia e trabalhava como auxiliar em uma escola pública. Ela deixa o marido e uma filha de 7 anos.