O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, nesta quinta-feira (5), que não se preocupa com uma possível vitória do candidato democrata Joe Biden na corrida presidencial norte-americana. Para ele, nações devem buscar seus interesses, mas promover o “benefício mútuo”.
Mourão falou sobre o assunto em coletiva de imprensa, durante visita ao Amazonas, para apresentar parte da Amazônia a embaixadores de diferentes países. O objetivo da visita mostrar ações de combate ao desmatamento e queimadas na região.
Nesta quarta-feira (4), a comitiva sobrevoou parte da região, mas o roteiro deixou de fora o Sul do estado, que é mais afetado pelas queimadas. O ministro Heleno citou uma “fogueirinha” ao falar sobre o problema, afirmando que “a Amazônia não está em chamas”.
Joe Biden citou a destruição da Amazônia em debates e propôs reunir o mundo para proteção do bioma, para o Brasil deixar de queimar. Mourão afirmou que a vitória do democrata não o preocupa.
“Não estou preocupado se o Joe Biden for o vencedor das eleições americanas, nossa ligação com EUA é uma ligação de estado pra estado, que data da época da nossa independência. Temos muitos fatores em comum, somos membros da mesma civilização, da civilização ocidental, e comungamos dos mesmo objetivos. Agora, cada um tem que buscar os seus interesses”, disse.
O vice-presidente ressaltou que a Amazônia é um dos “últimos espaços vazios no mundo” e que engloba uma quantidade enorme de riquezas naturais, a maioria delas desconhecida. Mourão citou que o bioma reúne 1/5 da água doce existente no mundo, e que muitas nações já se preocupam com a falta do recurso.
“Compete a nós, que detemos esse patrimônio, que recebemos esse patrimônio das pessoas que ocuparam esse território e se estabeleceram neles, trabalhar no sentido de mostrar ao restante do mundo, independente de quem for o líder da maior potência mundial, os nossos compromissos com a proteção, com a preservação e o desenvolvimento da região”, afirmou.
Mourão também destacou que todas as nações têm seus interesses, mas lembrou que algo básico na diplomacia é a busca do benefício mútuo. “Nós sempre estaremos buscando o benefício mútuo, e eu sei que os EUA também agirão dessa maneira”, finalizou.
Nessa quarta-feira, enquanto se preparava para embarcar para a Amazônia, Mourão reafirmou que a relação com os EUA é de estado para estado, independente do governante.
“É óbvio que o atual presidente, Donald Trump, tem um relacionamento mais próximo com o presidente Bolsonaro, mas tanto o Brasil como os EUA jamais vão deixar de buscar os seus interesses, independente de eu gostar ou não de você”, disse.
