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Nos últimos 3 meses, psicóloga lidou com duas tentativas de suicídio e 20 casos de automutilação entre crianças no campo de refugiados de Moria



“Ouvir crianças de 7, 8 anos dizendo ‘eu quero morrer’ é algo que eu nunca pensei que fosse ouvir”, conta a psicóloga infantil Angela Modarelli, da organização Médicos Sem Fronteiras.
Só nos últimos 3 meses, ela lidou com duas tentativas de suicídio e 20 casos de automutilação entre crianças no campo de refugiados de Moria, na ilha de Lesbos, Grécia.
No local, vivem cerca de 13,5 mil pessoas — 7 mil delas são crianças —, a maioria delas refugiadas de países com zonas de guerra.
Nas instalações, elas tentam superar os traumas que carregam. “Niguém quer deixar o seu próprio país. Eu tenho visto muitas crianças aqui vivendo em péssimas condições”, conta Zekria Farzad, que criou uma escola improvisada na região para atender meninos e meninas.
A instituição oferece aulas de arte, línguas e música e conta com 20 professores, atendendo mais de mil alunos. Voluntários ajudam os estudantes a lidar com seus problemas.
Modarelli conta que as condições em Moria têm tido um grande efeito na saúde mental das crianças. Numa clínica infantil, foi criada uma ala para urgências de saúde mental.
“Normalmente, quando uma criança passa por algo traumático, ela precisa ter tempo e espaço para se recuperar. Moria não permite que as crianças se recuperem. Em crianças com idade pré-escolar, você vê crianças batendo a cabeça contra a parede, arrancando os cabelos. Numa idade mais entre 12 e 17 anos, você vê crianças começando a se cortar, começando a falar muito sobre o desejo de morrer”, conta.
As resposta sobre pedidos de asilo podem demorar meses no campo de refugiados. O governo da Grécia planeja mover 20 mil imigrantes de Lesbos e de ilhas vizinhas para o continente no próximo ano. O país também informou que irá acelerar os processos de abrigo, mas pede que a Europa divida a responsabilidade sobre a crise.
 As resposta sobre pedidos de asilo podem demorar meses no campo de refugiados. O governo da Grécia planeja mover 20 mil imigrantes de Lesbos e de ilhas vizinhas para o continente no próximo ano. O país também informou que irá acelerar os processos de abrigo, mas pede que a Europa divida a responsabilidade sobre a crise.
fonte: BBC BRASIL