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Com uma massa entre o menor buraco negro e a maior estrela de nêutrons, sua natureza permanece um mistério para os astrônomos









 Uma nova descoberta e novas perguntas: um
objeto celeste, localizado a 800 milhões de anos-luz de distância, foi
detectado usando ondas gravitacionais. Com uma massa entre o menor buraco negro
e a maior estrela de nêutrons, sua natureza permanece um mistério para os
astrônomos.
 “Mais uma vez, a observação das ondas
gravitacionais revela o desconhecido. O objeto mais leve deste sistema tem uma
massa nunca antes observada”, disse Giovanni Losurdo, do Instituto
Nacional de Física Nuclear italiano e porta-voz da LIGO Scientific
Collaboration (LSC) em um comunicado.
 Em 14 de agosto de 2019, ondas gravitacionais
chegaram aos detectores americanos Ligo e europeu Virgo. O instrumento
americano LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory), composto
por duas instalações separadas, já havia permitido em setembro de 2015 a
primeira observação direta dessas ondas que Albert Einstein havia previsto em
sua teoria da relatividade geral.
 O Virgo, localizado perto de Pisa, na Itália,
havia reiniciado em 2017 após vários anos de melhorias e participou da primeira
observação da fusão de duas estrelas de nêutrons.
 De acordo com um estudo publicado no The
Astrophysical Journal Letters, esse novo sinal detectado foi emitido cerca de
800 milhões de anos-luz, quando o objeto misterioso se fundiu com um buraco
negro.
 Os astrônomos há muito se perguntam sobre a
falta de observação de objetos compactos com massa entre 2,5 e 5 massas
solares, “uma gama de massas aparentemente muito leves para um buraco
negro e muito pesadas para uma estrela de nêutrons”.
 Uma “misteriosa área cinza” na qual
esse novo objeto se enquadra. 
 “Uma nova descoberta, que levanta novas
questões. Qual é a sua natureza?”, perguntam os astrônomos.
Foto: Divulgação