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Em destaque, a atuação do Instituto J&F, que transforma negócios em empresas educadoras, e o depoimento da estudante Lays de Souza sobre sua iniciação no mercado de trabalho

No 3º dia da Bett Brasil, ocorreu o painel “Participação das empresas junto às instituições de educação profissional”, que discutiu o papel das organizações na formação de futuros trabalhadores. Um dos destaques foi o Instituto J&F, que apoia negócios a se transformarem em empresas educadoras. Felipe Morgado, superintendente de educação profissional e superior, foi o mediador da palestra.

Educação como base

Sobre a temática, especialistas destacaram a importância dos jovens aprendizes nas empresas e de haver organizações que invistam nesse tipo de experiência. Uma das principais falas foi a de Luiz Magalhães Filho, diretor do Instituto J&F, incentivando a educação no centro das estratégias de crescimento dos negócios.

Desde 2009, o Instituto J&F tem o programa Empresa Educadora, com o objetivo principal de incentivar alunos adolescentes a ingressarem no mercado de trabalho. O projeto começa nos anos iniciais do ensino fundamental, com a iniciativa de apoio às escolas públicas, estendendo-se ao ensino fundamental e médio. A capacitação é feita por meio de suas três escolas, voltadas para o desenvolvimento e para a formação em negócios, tecnologia e liderança de produção.

Futuro profissional

Para Luiz Magalhães, a incorporação do trabalho para estudantes é fundamental não só para eles conhecerem mais sobre o mercado de trabalho, mas também no aprofundamento das habilidades de liderança e negócios. “A partir disso, nós focamos em uma metodologia de valorização da prática, de forma que a teoria também vá se consolidando, porque o crescimento do jovem que é estudante também é o motor para os negócios”, afirma.

O gestor fala ainda da necessidade de expandir os horizontes e ampliar a visão sobre os objetivos educacionais difundidos no país. “É importante enxergá-la (educação) para além de um certificado, mas também como uma chance de trabalho e de aumento da produtividade nas empresas”.

Nesse contexto, ele ressalta o impacto da empresa educadora no início de carreira dos adolescentes e jovens adultos. “A missão é transformar a empresa com o crescimento dos profissionais, de forma que direcione os alunos para o trabalho”, afirma Luiz.

Inserção

A jovem Lays de Sousa e Silva, de 18 anos, contou, na palestra sobre a jornada profissional, que começou sua jornada de aprendizagem no Instituto J&F. Há um ano, Lays se tornou líder sênior da loja Swift, onde trabalha até hoje, agora como gerente de compras, supervisionando seis estagiários.

O interesse começou quando estava no ensino fundamental, estudando em uma escola pública, aos dez anos. Na época, assistiu a uma palestra do instituto sobre liderança, em que os alunos foram questionados sobre qual a principal característica de um líder. O momento ficou marcado para Lays, ao responder: “perseverança”.

Depois da palestra, ela fez o processo seletivo para ingressar no sexto ano do ensino fundamental da Germinare Business, escola de negócios que o instituto atende, e foi aprovada. “Eu saí do ensino público para estudar conceitos de marketing, e tive a oportunidade de trabalhar no centro da cidade, que nunca tinha conhecido”, recorda.

Lays de Sousa e Silva, estudante de 18 anos, falou sobre a importância da iniciação profissional na adolescência

Lays de Sousa e Silva, estudante de 18 anos, falou sobre a importância da iniciação profissional na adolescência(foto: Lara Costa)

 

Experiência

Por meio da escola, aos 14 anos, Lays adentrou o mercado de trabalho, aprendendo mais sobre atendimento, e foi líder de vendas. Um ano mais tarde, quando estava no 1º ano do ensino médio, entrou num estágio como vendedora da empresa Seara, que possibilitou maior contato com os compradores e com os produtos da loja.

Em meio a tantos aprendizados, Lays afirma que os trabalhos iniciais na adolescência a agregaram no conhecimento sobre valores profissionais essenciais, como a responsabilidade. “É mais difícil conciliar os estudos com o trabalho, mas aprendi bastante nesse tempo, porque consegui ter a visão de como é o mercado de trabalho, e pude pensar no curso que pretendo fazer no futuro, que é publicidade”.

*Estagiária sobre a supervisão de Ana Sá

 

Fonte: Correio Braziliense

Foto: Lara Costa