InícioINTERNACIONALParentes 'cobertos de sangue' procuram desaparecidos em meio ao caos em Beirute

Parentes ‘cobertos de sangue’ procuram desaparecidos em meio ao caos em Beirute

Equipes de resgate fazem buscas por mais de cem pessoas desaparecidas na grande explosão que devastou área portuária da capital do Líbano.
Equipes de resgate no Líbano estão fazendo buscas por mais de cem pessoas desaparecidas após a megaexplosão que devastou a área portuária de Beirute na terça-feira.
A explosão matou mais de cem pessoas e feriu outras 4 mil. O governo deve declarar estado de emergência por duas semanas nesta quarta-feira. Luto oficial será observado por três dias. A cidade inteira sentiu a explosão, que provocou uma enorme nuvem em formato de cogumelo.
O presidente Michel Aoun disse que a explosão foi provocada pelo armazenamento inadequado de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, um produto usado em fertilizantes e explosivos.
Milhares de pessoas descreveram cenas de pânico e caos que se sucederam às explosões. Após o incidente, muitos estavam cobertos de sangue e percorrendo as ruas gritando pelo nome de seus familiares.
“Ainda havia fumaça subindo no céu no meio da noite. A cidade inteira estava escura. Era muito difícil caminhar, as pessoas estavam cobertas em sangue”, disse a jornalista Sunniva Rose, que está em Beirute.
“Eu vi uma senhora de 86 anos sendo tratada por um médico que havia saído às pressas de sua casa com um kit de primeiros socorros. Carros foram totalmente destruídos por destroços. 
Essas casas de estilo antigo com grandes blocos de pedra haviam acabado de desabar na rua.”
“Chegando de carro em Beirute no começo da noite quando ainda havia luz, tudo estava em caos absoluto. As ruas estavam cobertas de vidro. Era difícil para ambulâncias passarem — há tijolos e blocos de cimentos. Casas desmoronaram.”
“Quando cheguei no porto, ele havia sido fechado pelo Exército. O Exército disse para eu me afastar caso houvesse uma segunda explosão.”
Ela conta que até mesmo um pequeno shopping a dois quilômetros de distância do porto teve sua fachada totalmente destruída.
Uma repórter da BBC Arabic (serviço em árabe da BBC), Maryem Taoumi, estava fazendo uma videoentrevista com um representante da Agência de Energia Sustentável do Marrocos e, de repente, foi derrubada pela força da explosão.


Outra testemunha, Hadi Nasrallah, estava relativamente perto da explosão e disse à BBC que viu vidro caindo por todos os lugares por onde passou.
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