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A mãe de uma das crianças supostamente maltratadas em uma escola infantil na zona leste de São Paulo relatou que uma das funcionárias da instituição obrigou o filho a comer até que a criança vomitasse. A mãe disse ainda que a funcionária da escola, investigada pela polícia por tortura, colocou a cabeça do filho em um vaso sanitário até que ele vomitasse.

“Ela obrigou ele a comer cinco pratos de comida, até que ele vomitasse todos os pratos”, disse a mãe de uma das crianças que estudava na escola. “Ela ajoelhou ele no chão do banheiro e enfiou a cabeça dele no vaso sanitário e fez ele vomitar: ‘Vomita, porque se você vomitar no chão eu vou fazer você comer de volta’”, disse a mãe.

Outra mãe, Vitória Costa, disse que nunca imaginou uma situação de maus tratos com os filhos dentro da instituição.

“Todas as crianças do berçário que choravam muito eram colocadas nesse quarto escuro até que parassem de chorar ou pegassem no sono”, relata Bruna Naviska, mãe.

Uma funcionária da escola infantil disse que as ordens partiam da diretora da escola. “Ela via uma criança mais chorona e fazia o procedimento”, afirmou a funcionária.

O celular da diretora foi apreendido pela polícia, os pais foram convocados para uma reunião e informados sobre os maus-tratos. O advogado da instituição afirmou que as crianças que aparecem nos vídeos que circulam nas redes sociais teriam sido colocadas nas posições em que são vistas propositalmente.

“O que a gente acredita é que alguém, que ainda não se sabe exatamente quem e porquê, colocou as crianças naquela disposição, absolutamente inaceitável, embaixo de uma pia, dentro de um banheiro, um local totalmente inapropriado, fez alguns vídeos rápidos e deu um jeito de colocar isso nas redes sociais para tentar prejudicar a escola ou as funcionárias.”

As denúncias chegaram na Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) da 8ª Delegacia Seccional há pelo menos duas semanas. A polícia ainda tenta descobrir o autor dos vídeos e, até o momento, ninguém foi responsabilizado pelos crimes.

As atividades na escola ficarão suspensas por pelo menos 15 dias. As investigações seguem sob segredo de justiça.