TCE



A dona de casa contou também como aconteceu o ataque e as atitudes que tomou para sobreviver

Manaus – “Deus me deu forças, sobrevivi e agora quero Justiça”. Esse é o pedido da dona de casa Maurilúcia Soares, de 46 anos, que se recupera das agressões que sofreu durante uma tentativa de estupro, na madrugada do último domingo (8), na comunidade Nova Vitória, Zona Leste de Manaus. A vítima  falou sobre o trauma e os momentos de aflição que está vivendo.
“Vivi momentos de terror, um verdadeiro desespero, vou guardar isso para o resto da minha vida. O que mais me abala é que estou presa dentro da minha própria casa e esse maníaco está à solta. Não desejo que ele seja preso porque a cadeia é para homens e aquele cara é um monstro”, desabafou a vítima.
Apesar do medo, a vítima autorizou a divulgação de sua imagem como forma de encorajar outras mulheres a denunciarem qualquer tipo de agressão que vierem a sofrer.
“Sofremos com insegurança, mas peço que as mulheres tenham coragem para que o agressor não fique impune”, pontuou a dona de casa.
As marcas da violência que a dona de casa sofreu estão espalhadas pelo corpo dela. Com vários hematomas, principalmente, na região do rosto e da cabeça, Maurilúcia também teve o nariz quebrado depois de ser agredida a tijoladas. Ela deve passar por uma cirurgia reparadora.
Ela também apresenta dificuldade para se locomover. Fator que a deixou impossibilitada de registrar o Boletim de Ocorrência.
Polícia
A vítima estava internada no Hospital João Lúcio e recebeu alta médica no início da tarde de domingo. Lucy Soares, de 24 anos, filha da dona de casa, contou que procurou o 4º Distrito Integrado de Polícia (DIP), localizado no bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste, mas foi informada por um escrivão que somente a mãe pode registrar o Boletim de Ocorrência (BO).
“Depois que minha mãe saiu do hospital, eu fui na delegacia, mas pediram que ela fosse pessoalmente pois seria encaminhada para fazer exame de corpo de delito. Ela não tem condições nenhuma de sair de casa no momento. Eles pediram para retornarmos lá até sexta-feira”, explicou a filha da vítima.
A dona de casa ainda ressaltou o desejo de registrar o BO, mas contou que além de não ter condições físicas, também enfrenta dificuldades financeiras.
“Nesse meu estado não tem como eu ir andando e não tenho dinheiro para pedir se quer um carro por aplicativo para me deslocar. Eu quero o quanto antes iniciar todos os procedimentos para que seja feita a investigação”, relata Maurilúcia.
Diversão
A vítima esclareceu que saiu na madrugada de domingo para encontrar com a filha, Lucy, e uma amiga dela, que é considerada uma filha de criação. As duas estavam em uma casa de shows, e o objetivo era localizá-las no local.*
*”Estou ficando velha, mas estou viva. Fui para me divertir junto com elas, mas como não as achei, eu retornei para casa andando. Foi nesse momento que aquele monstro me atacou”, disse.
Sobrevivência
A dona de casa contou também como aconteceu o ataque e as atitudes que tomou para sobreviver.
“Eu estava andando nas proximidades da Pista da Raquete, quando fui surpreendida e arrastada para um terreno baldio. Lá tinha uma casa em construção. Apanhei muito, mas reagi da forma que deu. O criminoso tentou me sufocar, tampou minha boca e meu nariz. Naquele momento pensei que eu ia morrer, mas ouvi uma voz. Acredito que foi Deus, e eu consegui apertar a genitália do estuprador. Foi quando ele me soltou”, explicou.
Apelo
Mesmo sem lembrar muitos detalhes do criminoso, a vítima faz um apelo, principalmente, aos moradores da região do Nova Vitória.
“Quem o reconhecer, por favor, entre em contato com a polícia”.
A vítima descreve o suspeito como um homem alto e pele clara. Ela ressalta que ele deve possuir hematomas pelo corpo já que ela o machucou durante o confronto.
“Ele também está machucado, com mordidas nos braços e mãos. Então, peço que se alguém ver ou souber quem é, por favor denuncie”, aclamou a dona de casa.