As lutas em defesa da Educação Pública, da carreira docente e do meio ambiente estarão no centro da discussão do 68º Conselho do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Conad), a ser sediado por Manaus (AM) de 11 a 13 de julho. Com tema central “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pública”, o encontro ocorrerá no Setor Norte do campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
A expectativa é que o evento reúna cerca de 385 participantes, entre professores, representantes de entidades convidadas, assessores de comunicação e jurídicos, e filhos de participantes. O 68º Conad é organizado pela Associação dos Docentes da Ufam (ADUA – Seção Sindical).
Segunda maior instância deliberativa do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), o Conad reúne anualmente docentes de diversas partes do país para votar as prestações contas da entidade e atualizar os Planos de Lutas Geral e Setoriais (instituições públicas de ensino superior e ensino básico, técnico e tecnológico). Nesta edição, a programação inclui também a cerimônia de posse da nova diretoria do ANDES-SN para o biênio 2025-2027.
Para a presidente da ADUA, Ana Lúcia Gomes, a realização do encontro no Amazonas coloca a região em evidência e representa uma importante oportunidade de ampliação do debate sobre as complexas questões socioambientais que afetam a região amazônica. “Realizar um evento da magnitude do Conad do ANDES-SN no Amazonas é uma oportunidade de reverberar essas questões, levantar novos questionamentos e mostrar à sociedade as atividades do sindicato. É importante conhecer a região para discutir essas temáticas e buscar formas de protegê-la”, afirma a docente.
A ADUA defende que deve ser de toda a categoria docente a luta por uma Amazônia livre do desmatamento criminoso, do genocídio dos povos indígenas, da mineração desenfreada e da brutal violência contra seus defensores. “É necessário atualizar as estratégias da categoria docente em defesa da vida em primeiro lugar, lutar por espaços dignos de trabalho, livres de racismo, violência, discriminação e homofobia, e intensificar a luta por um ambiente mais saudável e sustentável. É com esse espírito de resistência e acolhimento que a ADUA recebe, de braços abertos, todas e todos que desejam — e precisam — conhecer um pedacinho da imensa Amazônia, patrimônio natural do Brasil”, frisa a presidente da Seção Sindical.
Além da questão socioambiental, o encontro também deverá tocar em temas importantes da conjuntura nacional e internacional como genocídio na Palestina, reforma administrativa, fim da anistia para golpistas, fim da escala 6X1 e políticas de classe para as questões étnico-raciais, de gênero e diversidade sexual. Entre as questões da área da educação serão temas de discussão os cortes orçamentários para instituições de ensino federais; a autonomia universitária; o fim da lista tríplice para reitores; o ensino híbrido e a precarização da educação; o trabalho docente em zona de fronteira e locais de difícil acesso, entre outras temáticas que envolvem o movimento e a carreira docente.
ADUA
Resultado da luta de docentes da Ufam, a ADUA foi criada em 28 de outubro de 1979 durante a Ditadura Empresarial-Militar, um contexto de intensa tensão política no país. Em sua Carta de Princípios, a entidade defende uma universidade autônoma com perfil amazônico, comprometida com a gratuidade das atividades, o acesso e a permanência de populações originárias, ribeirinhas e urbanas. A ADUA defende ainda que o ambiente universitário seja de amplo e livre debate de diversas correntes do pensamento. A Seção Sindical representa atualmente 935 docentes que atuam nos campi de Benjamin Constant, Coari, Humaitá, Itacoatiara, Manaus e Parintins, consolidando-se como uma universidade multicampi.
ANDES-SN
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) é sediado em Brasília (DF) e seções sindicais nos locais de trabalho, que representa docentes de ensino superior e ensino básico, técnico e tecnológico no país. Hoje, conta com quase 70 mil sindicalizados de instituições de ensino superior e institutos de educação básica, técnica e tecnológica e está representado no território nacional pelas 121 seções sindicais. Entre seus compromissos está lutar pela educação pública de qualidade, valorização do trabalho docente e autonomia das instituições públicas de ensino superior.


