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Criado em 2019 pelo Governo do Amazonas, o programa Trabalhando a Liberdade segue mudando vidas promovendo oportunidades de trabalho para reeducandos do sistema prisional. Victor Ramos (nome fictício), de 35 anos, é mais um destes casos de transformação proporcionada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), com o apoio da Fundação Amazonas de Alto Rendimento (Faar).

Natural de Nova Olinda do Norte (a 135 quilômetros de Manaus), o reeducando trabalhou na construção da Arena da Amazônia Vivaldo Lima e hoje atua na revitalização do estádio Ismael Benigno, palcos que receberão a Seleção Brasileira para o jogo diante do Uruguai, em 14 de outubro.

“A reclusão foi um aprendizado. Em 2011, cheguei a trabalhar na construção da Arena da Amazônia, mas voltei para a criminalidade. Hoje eu me arrependo. Desde 2018 procurava emprego, mas não conseguia devido ao meu passado. Agora começamos aqui, e não quero errar mais”, afirmou.

Por meio do Trabalhando a Liberdade, o apenado atua em atividades como pintura, alvenaria e manutenções elétricas e hidráulicas, no estádio Ismael Benigno. Na Colina, a seleção brasileira realizará os treinos preparatórios para o clássico.

“Agradeço muito. É gratificante, eu me sinto feliz, precisava disso, na rua não tinha alegria. Hoje trabalho alegre, com vontade, tudo que eu faço aqui é com amor. Sempre que eu rezo, ponho a vida das pessoas que estão no projeto, todos que estão envolvidos”, contou.

Além da Colina, a Vila Olímpica de Manaus e o estádio Carlos Zamith recebem a mão de obra do programa de ressocialização.

“O termo de cooperação técnica entre a Seap e a Faar une a revitalização dos espaços esportivos com a oportunidade de emprego para essas pessoas recomeçarem suas vidas. A velocidade com que as revitalizações estão caminhando mostra a capacidade dos reeducandos em participar das revitalizações das praças”, aponta o diretor-presidente da Faar, Jorge Oliveira.

Após concluir a revitalização na Colina, Victor espera acompanhar uma partida de futebol no estádio. “Minha vontade era conhecer, nunca tinha entrado. Quero ter a oportunidade de ver um jogo aqui. E maior do que isso, também quero realizar o sonho de continuar trabalhando com construção civil”, completou.

FOTOS: Mauro Neto/Faar