InícioBRASILRelator da Reforma tributária espera votar texto na CCJ em setembro

Relator da Reforma tributária espera votar texto na CCJ em setembro

Para Rocha, reforma será baseada em princípios de justiça social

 O relator da reforma tributária no Senado,
Roberto Rocha (PSDB-MA), pretende entregar seu relatório nas próximas semanas.
“Em meados de setembro pretendo entregar o relatório”, disse Rocha a
jornalistas em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (2). Segundo o
senador, seu texto terá como objetivos reduzir a carga tributária, sobretudo
para os mais pobres, e desonerar a folha de pagamento das empresas, para
estimular a geração de emprego.
 “A gente está querendo aprovar uma reforma
tributária baseado em princípios de justiça social, para simplificar, para
estabelecer uma competição e modernizar o sistema atual, que é muito
predatório, injusto e desigual. Penaliza os mais pobres. Temos que encontrar
formas de desonerar a folha de pagamento, para dar oportunidade melhor de
emprego para milhões de brasileiros”, disse o senador.
 Seu relatório, baseado em uma proposta de
reforma tributária do ex-deputado Luis Carlos Hauly, sugere a reunião de nove
impostos em um só. Os nove impostos são o Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISS), o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o
Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), o Programa de Integração Social
(PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), o
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), as
Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), o Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF) e o Salário-Educação.
 A proposta ainda não está fechada, mas a ideia
é criar um imposto nos moldes do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA),
utilizado em países como Portugal, Canadá e Japão. É um imposto cobrado em
todas as etapas produtivas, desde a venda de uma matéria-prima até a última
venda, para o consumidor final. O tributo se chamaria Imposto sobre Bens e
Serviços (IBS) e ajudaria a aliviar pela metade a obrigação previdenciária das
empresas. Sairia de 20% para 10% em cima do custo mensal do empregado.
 “Se hoje você tem 20% de contribuição
[previdenciária] patronal, baixa para 10%, aí você tem que buscar o que
representa isso em dinheiro. Nas nossas contas vai dar mais ou menos R$ 125
bilhões por ano. Então temos que encontrar formas de fazer valer esse recurso
porque isso é da previdência. Não se pode simplesmente tirar”, detalhou Rocha.
É possível que o IBS tenha quer ser repartido entre União, estados e
municípios. Caso isso ocorra, o valor do imposto poderá ser maior para atender
todos os entes da federação.
 Hauly participou da coletiva e defendeu a
extinção dos nove impostos. “Já que é para fazer uma faxina, que faça bem
feita”, disse. Sua proposta de reforma tributária chegou a ser aprovada na
Comissão Especial da Câmara no final do ano passado, mas foi arquivada após o
fim do mandato. Coube ao Senado, através de um grupo de senadores, resgatar a
proposta. 
 Rocha tem ouvido várias ideias e opiniões
antes de fechar seu texto e se considera otimista em uma aprovação no plenário
do Senado. “Não cabe fazer um relatório só com a minha opinião. Ele só tem
chance de ser aprovado, e sequer discutido, se expressar a média dos senadores.
Estamos discutindo com todas as forças, econômicas, políticas e sociais. Se há
um tema que une a política brasileira, que não tem governo nem oposição, é a
reforma tributária”.
Fonte: Agência
Brasil
Foto: Fábio
Rodrigues
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