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Em Sessão Especial na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) nesta segunda-feira (5), profissionais e estudantes de Serviço Social comemoram os 82 anos do curso da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A homenagem teve iniciativa do deputado Sinésio Campos (PT).

Em razão da relevância desta categoria de profissionais, o deputado destacou a importância de reconhecer e homenagear a instituição que forma, que qualifica esses trabalhadores. “O serviço social é uma função humana que visa sanar ou minorar os males sociais”, disse o deputado Sinésio Campos, acrescentando que além das ações que buscam melhorar a condição de vida do indivíduo, há também o objetivo de readaptar e reintegrar o indivíduo ao convívio em sociedade.

O reitor da Ufam, professor Dr. Sylvio Puga, ressaltou a importância da criação da Escola de Serviço Social. “Era preciso formar pessoas, e essas pessoas são peças fundamentais na construção de políticas públicas voltadas para o bem-estar social”, apontou o reitor, afirmando que a Ufam cumpre seu papel educacional e social.

A coordenadora do Departamento de Serviço Social da Ufam, a professora Dra. Carolina Cássia Batista Santos, afirmou a importância do reconhecimento da profissão para a sociedade amazonense. “A data ficará marca na memória por diversos motivos, mas em especial por simbolizar o momento de reconhecimento desses profissionais para a história da profissão no Amazonas. Foi uma justa homenagem aos colegas, professores e assistentes sociais que contribuíram para o Serviço Social no estado”, declarou a professora.

A professora Dra. Roberta Ferreira Coelho de Andrade e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia (PPGSS), destacou o pioneirismo da formação profissional de assistentes sociais em Manaus. “Para nós, hoje é um dia festivo, pois estamos comemorando 82 anos dessa profissão que no Brasil já está presente há 87 anos. A Escola de Serviço Social de Manaus começa a funcionar 1940 no círculo operário e oficializada em 1941 e nós temos uma figura que é muito importante nessa história que é o professor André Vidal de Araújo e parabenizamos também os professores que passaram pela escola. Nós tivemos a oportunidade de homenagear pessoas que foram importantes na formação e no trabalho profissional dos assistentes sociais. Acredito que é importante que essas pessoas que tanto contribuíram para a profissão tenham essa homenagem e o nosso reconhecimento”.

A professora Dra. Iraildes Caldas Torres e Diretora do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), aproveitou a oportunidade para parabenizar aos profissionais que fizeram parte da história de criação do curso. “Quero parabenizar a todos os profissionais que fizeram parte da história dos 82 anos do curso de Serviço Social da Ufam e aos profissionais tanto da docência quanto da intervenção social com o compromisso ético político de contribuir para a transformação da sociedade contra a abjeta pobreza e pela emancipação social”.

A professora dra. Heloisa Helena Correa, reiterou a necessidade da criação de políticas públicas para o combate às desigualdades sociais. “Todos os assistentes sociais tem uma história singular dentro da nossa profissão. Profissionais que lutam para terem seus trabalhos reconhecidos. Esse momento é de congratulação para estarmos dialogando sobre a profissão e de esperança para lutarmos por melhores condições de trabalho. Que possamos está a frente de uma série de lutas e ações que possam vir como um retorno não somente na abertura de novos campos de trabalho. Mas, da criação de políticas públicas para o combate às desigualdades sociais”.

Durante a Sessão Especial foram entregues 14 certificados às assistentes sociais e uma placa comemorativa à Universidade Federal do Amazonas.

Dentre os homenageados estão o filho do professor, André Vidal de Araújo, o professor João Bosco Bezerra de Araújo, (Representante: Profª Drª Gláucia Maria de Araújo Ribeiro), Maria do Socorro Puga Ferreira (Representante: Profª Drª Lúcia Marina Puga Ferreira), Suely Borges de Oliveira, Dra. Maria do Perpétuo Socorro Rodrigues Chaves, Dra. Simone Eneida Baçal de Oliveira, Dra. Márcia Perales Mendes Silva, Dra. Elenise Faria Scherer, Dra. Yoshiko Sassaki, Dra. Maria Magela Mafra de Andrade Ranciaro
Maria das Graças Soares Prola, Maria do Perpétuo Socorro da Silva Picanço, Edilza Mar dos Santos Fontes, Selma de Jesus Pinto Paixão e Marilene Corrêa da Silva Freitas.

Escola de Serviço Social
No Amazonas, a primeira escola de Serviço Social surge na década de 1940 por iniciativa de André Vidal de Araújo, na época Juiz de Menores. A profissão emerge então da necessidade de corpo técnico especializado em “problemas” e que possuíssem “técnicas” para atuar em diversos âmbitos e especificamente no Juízo de Menores. A criação da escola amazonense surge a partir de dois aspectos relacionados: o primeiro deles relativo à tentativa nacional de retomar a produção de borracha dada as alterações do mercado mundial sofridas durante a segunda guerra mundial e o segundo a demanda do governador do Estado, Álvaro Maia, para elaborar e implementar uma política de assistência social no Estado do Amazonas.

Para André Vidal, a doutrina cristã daria coerência ao Serviço Social, visando a conservação da dignidade da pessoa humana. Para o fundador da primeira escola de Serviço Social, o caos instaurado na cidade de Manaus, naquele momento, advinha do liberalismo, das ideias contrárias à fé, da ânsia por lucros e da decadência das instituições sociais. Dessa forma, apoiado na doutrina cristã e nas bases “científicas” higienistas, o Serviço Social deveria contar com o apoio do Estado para solucionar os problemas sociais.
O curso era oferecido de modo gratuito e contava com um corpo docente voluntário. Embora a escola recebesse doações, apenas em 1948 passaria a ocupar um prédio próprio e somente em 1956 passa a remunerar o corpo docente.

A Escola de Serviço Social foi incorporada oficialmente à atual Universidade Federal do Amazonas (UFAM) em 1968, por meio da Resolução 2/68, de 19 de fevereiro de 1968.