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Para isso, nações precisam de ações e políticas públicas eficazes

 A cada 40 segundos, uma pessoa se suicida no
mundo. Hoje (10), Dia Mundial para a Prevenção do Suicídio, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) reafirma a importância de todos os países adotarem
estratégias de prevenção com eficácia comprovada.
 De acordo com o diretor-geral da OMS, é
possível evitar o suicídio. Ele diz que, para isso, as nações precisam se
mobilizar para implementar ações eficazes e políticas públicas eficientes.
Segundo a OMS, apenas 38 países têm programas nacionais de saúde e políticas
eficientes de prevenção ao suicídio.

 Uruguai

 O Uruguai é um país que tem, historicamente,
altos índices de suicídio. Em todo o continente americano, é o terceiro em
número de casos, ficando atrás apenas da Guiana e do Suriname. A taxa
registrada em 2016 foi quase três vezes maior do que a brasileira – foram 18,4
suicídios para cada 100 mil habitantes, enquanto o Brasil registrou 6,5 para
cada 100 mil habitantes.
 Neste ano, o Ministério da Saúde uruguaio fez
um apelo à imprensa com o objetivo de melhorar a abordagem do assunto no
noticiário e de romper o tabu de que não se deve falar sobre suicídio na mídia.
O ministério promoveu inclusive uma oficina com jornalistas e outros
profissionais que podem ter  papel relevante no momento de dar uma notícia
ou difundir serviços e mecanismos de apoio aos cidadãos.
 Para especialistas do Ministério da Saúde do
Uruguai, o primeiro mito é justamente o de que não se deve falar sobre o
assunto. Eles afirmam que o assunto deve ser tratado, sempre com
responsabilidade, nas escolas, nas ruas e nas famílias. E compartilham o
entendimento do governo brasileiro de que o apoio emocional e o diálogo podem
salvar vidas.
 No Brasil, o Centro de Valorização da Vida
(CVV) atende voluntária e gratuitamente, sob total sigilo, todas as pessoas que
querem conversar sobre o assunto. O atendimento é por telefone, e-mail, chat e voip e funciona 24 horas, todos os dias. A
ligação para o CVV, que atua em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS) por
meio do número 188, é gratuita e pode ser feita de qualquer linha telefônica
fixa ou celular.
 De acordo com o Ministério da Saúde do
Uruguai, outros mitos são os de que falar de suicídio estimula mais pessoas a
se matar; que quem ameaça se matar não tem uma real intenção e que quem tenta o
suicídio uma vez seguirá tentando.
 Os especialistas insistiram que o fundamental
é a prevenção e a divulgação de serviços de apoio a quem necessita. Outro ponto
muito importante é nunca associar juízos de valor como “coragem” ou
“covardia” quando se noticiam suicídios.

 Brasil

 Para o Ministério da Saúde do Brasil, para a
prevenção, é fundamental estar atento a possíveis sinais de alerta. Entre esses
sinais estão o aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de
manifestações verbais durante pelo menos duas semanas; preocupação com a
própria morte ou falta de esperança; expressão de ideias ou de intenções
suicidas.
 Caso a pessoa não atenda a telefonemas, passe
a interagir menos nas redes sociais ou deixe de frequentar círculos de amigos e
reuniões familiares, é importante ficar atento. Conversar com pessoas de
confiança e procurar ajuda dos serviços de suporte são iniciativas fundamentais
de prevenção.
 “Exposição ao agrotóxico, perda de
emprego, crises políticas e econômicas, discriminação por orientação sexual e
identidade de gênero, agressões psicológicas e/ou físicas, sofrimento no
trabalho, diminuição ou ausência de autocuidado, conflitos familiares, perda de
um ente querido e doenças crônicas, dolorosas e/ou incapacitantes podem ser
fatores que vulnerabilizam, ainda que não possam ser considerados determinantes
para o suicídio.” 
 Assim, tais fatores devem ser levados em conta se
o indivíduo apresenta outros sinais de alerta”, acrescenta po ministério.
 Em caso de perigo, não se deve deixar a pessoa
sozinha, nem permitir que tenha acesso a meios para provocar a própria morte
(por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos). É importante estar em
contato permanente para acompanhar como a pessoa está passando e o que está
fazendo.

 

 Mundo

 Segundo o relatório Suicídio no MundoEstimativas Mundias de Saúde (Suicide in the worldGlobal Health Estimates, em
inglês), o suicídio é um grave problema de saúde pública global. Está entre as
vinte principais causas de morte em todo o mundo. Há mais mortes causadas por
suicídio do que por malária, câncer de mama, guerra e homicídio. O suicídio
atinge cerca de 800 mil pessoas todos os anos.
 A OMS considera a redução da mortalidade por
suicídio prioritária como meta global. A meta foi incluída como indicador nos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
 Para a Organização das Nações Unidas (ONU), as
principais intervenções que demonstraram sucesso na redução de suicídios são:
orientar a mídia sobre a cobertura responsável do tema; implementar programas
entre os jovens para desenvolvimento de habilidades que lhes permitam lidar com
o estresse da vida; identificação precoce, gerenciamento e acompanhamento de
pessoas em risco de suicídio.
Fonte:
Agência Brasil
Foto: Tania
Rego