TCE

 O faturamento do setor de franquias nacional
teve crescimento de 6,4% no primeiro semestre do ano. A receita subiu de R$
79,496 bilhões para R$ 84,586 bilhões. Os dados são da Associação Brasileira de
Franchising (ABF). Nos últimos 12 meses, a receita do mercado de franchising
evoluiu 6,9%, atingindo R$ 179,933 bilhões.
 Já no segundo trimestre io setor registrou
crescimento nominal de 5,9%, em comparação a igual período do ano passado, com
a receita evoluindo de R$ 40,734 bilhões para R$ 43,122 bilhões.
 Segundo o presidente da ABF, André Friedheim,
as redes de franquia “estão performando acima da média dos negócios
independentes. Temos marcas fortes, ganho de escala, muita inovação”, disse.
Ele relatou que o  mercado de franquias tem novos formatos que permitem
que as empresas sejam mais eficientes na sua operação.
 Apesar do resultado positivo,segundo o
presidente da ABF, o setor já apresentou números mais positivos que os atuais,
que sofreram o efeito da crise econômica.
 “O grau de confiança do consumidor oscilou
para baixo. Isso refletiu nas vendas do varejo como um todo. Nós não somos
imunes a esse tipo de acontecimento.” Esse fator levou a ABF a rever a projeção
de crescimento anual do faturamento de 8% para 7%. As demais projeções foram
mantidas e envolvem aumento de 5% para o emprego, de 5% para unidades
franqueadas e de 1% para redes franqueadas.


 A revisão do crescimento do faturamento para
baixo foi feita em função dos números do segundo trimestre que ficaram abaixo
da meta de 6,5% a 7% “porque, geralmente, o segundo trimestre é mais forte, com
datas comemorativas mais importantes, que fariam com que a gente chegasse a 8%
(no ano). O primeiro semestre foi melhor que o segundo. Por isso, revisamos um
pouquinho para baixo a previsão.”

 Serviços em destaque

 André Friedheim afirmou que as microfranquias
têm um peso importante no crescimento do setor, porque são franquias de
serviços mais baratas para se investir. As franquias tradicionais, mais caras, têm
tido um desempenho melhor.
 De acordo com ele, na última feira de
franquias, realizada em junho passado, em São Paulo, um número significativo de
pessoas mostrou interesse em investir em franquias de todos os tipos. “Tanto as
micros, como as franquias tradicionais”. Por isso, a previsão é de que no
terceiro trimestre haja um “bom número” de abertura de franquias e de
novos franqueadores entrando no mercado.
 De acordo com a ABF, o setor franqueado que
mais cresceu no segundo trimestre de 2019 foi o de serviços e outros negócios
(8,9%). “Falo isso pelo processo de profissionalização que passamos no setor de
serviços, no Brasil”.
 Os 11 setores acompanhados pela ABF mostraram
aumento no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2018. Em segundo
lugar, serviços educacionais tiveram expansão de 8,7%, revelando áreas novas,
como ‘games’ (jogos) e robótica, por exemplo, além das franquias de escolas de
idiomas. Em terceiro posto aparece comunicação, informática e eletrônicos, com
alta de 8,5%. “Tudo que é comércio ligado a celulares. Isso tem crescido
bastante”.
 No primeiro semestre do ano, o segmento de
serviços e outros negócios continuou liderando, com alta de 9,3%, seguido de
casa e construção e comunicação, informática e eletrônicos, com 9,1% cada. Serviços
educacionais aparecem na terceira posição em termos de expansão, com 8,4%.
 André Friedheim avaliou que serviços devem
permanecer acelerando no resto do ano, embora haja perspectiva de recuperação
das franquias de alimentação no segundo semestre, com crescimento adaptado às
novas plataformas, com menor frete, maior capilaridade e facilidades de
entrega. “Acho que essas franquias voltam a crescer em modelos alternativos”.

 Empregos

 O total de empregos diretos gerados pelo setor
de franquias aumentou 10% no segundo trimestre deste ano comparativamente ao
mesmo trimestre do ano anterior. O número de trabalhadores com carteira
assinada subiu de 1.224.987 para 1.348.235.
 De acordo com a ABF, as franquias já começam a
entrar em outras cidades, saindo um pouco do eixo Rio de Janeiro-São Paulo.
Atualmente, 45% dos municípios brasileiros já têm uma operação de franquia,
informou o presidente da entidade. Os maiores crescimentos, em termos de
receita, foram observados nas regiões Sul, de 9,7% para 10,3% do total do mercado;
Nordeste (de 13,6% para 13,9%) e Centro-Oeste (de 8,4% para 8,6%). “Tem boas
referências em cada uma dessas regiões do país”, disse Friedheim. Em relação
aos estados, os que mais ganharam participação em faturamento foram Santa
Catarina (4% para 4,5%), Mato Grosso (1,9% para 2,1%) e Minas Gerais (7,7% para
7,9%).
 O presidente da ABF avaliou que a 13ª Expo
Franchising ABF Rio, que ocorrerá entre os dias 12 e 14 de setembro próximo, no
Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro, tem expectativas grandes em
termos de resultados para o setor. A mudança do local do Riocentro, na Barra da
Tijuca, zona oeste da capital fluminense, para a região central da cidade,
deverá contribuir para facilitar a mobilidade e ampliar o número de visitantes.
Friedheim espera um público de 22 mil pessoas durante o evento. “A expectativa
é muito boa”.
 Reconhecida como uma das mais importantes
feiras de franquias da América Latina, a Expo ABF Rio trará cerca de 200 marcas
expositoras dos mais diversos segmentos. Friedheim estima que haverá aumento de
franquias do setor de serviços no estado. Pela segunda vez, a feira trará um
espaço dedicado a Portugal, onde serão mostradas as opções de negócios para
brasileiros que se mudam para aquele país.
Fonte:  Agência Brasil
Foto: Divulgação