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Eterno camisa 10 do Flamengo é o maior artilheiro da história do clássico e vê Rubro-Negro favorito em decisão deste sábado

 

O Campeonato Carioca está perto de ser decidido. No próximo sábado (22), com transmissão da Record TV para todo o Brasil, Flamengo e Fluminense disputam o título do estadual mais charmoso do Brasil. E ninguém melhor do que Zico, grande ídolo da história do Rubro-Negro e maior artilheiro da história do clássico, para falar de Fla-Flu.

O eterno camisa 10 da Gávea tem uma história para lá de especial com o rival. E tudo surgiu quando ele ainda nem sonhava em ser jogador:

“Quando eu tinha 10 anos, em 1963, tive a felicidade de estar em um jogo que tem o maior público da história do Maracanã em jogos de clubes, com 177 mil pagantes. Como eu era pequeno, estava no colo do Edu, meu irmão, e quando a gente chegou no andar das cadeiras, aquela imagem nunca mais saiu dos meus olhos, de ver a torcida, aquele colorido. Foi um negócio alucinante. Foi um dos primeiros jogos que eu vi no Maracanã e nunca mais esqueci. Eu acho que quem têm muita importância nessa chama bonita do Fla-Flu são os irmãos Mário Filho e Nelson Rodrigues. Eles que criaram essa mística. Eles que fizeram do Fla-Flu um clássico mais charmoso e nobre”, recordou, em bate-papo com a reportagem da Record TV.

Zico cresceu, virou o maior ídolo da história do Flamengo e foi em um clássico com o Fluminense que viveu um dos momentos mais curiosos de sua carreira. E respondeu a essas provocações da melhor forma possível: fazendo gols.

“Teve um jogo que foi bem estranho. Primeira vez que eu senti isso no Maracanã. E eu acho que não foi nem culpa da torcida. Quando eu voltei da Itália, em 86, o Fluminense era tricampeão carioca e o primeiro jogo do campeonato era Fla-Flu. E o jogo foi apenas um jogo antes da convocação para a Copa, então eu, Sócrates, Leandro e Mozer só jogamos esse jogo. O Maracanã estava lotado e de repente a torcida do Fluminense começa a cantar ‘bichado, bichado, bichado’. Eu tomei um susto, não esperava aquilo. Primeira vez que uma torcida adversária faz uma cantoria daquela. Mas eu procurei me desligar e fui abençoado. Tudo o que eu fazia em campo dava certo. A gente ganhou de 4 a 1 e eu fiz três gols e no final a cantoria já estava bem baixinha. Mas é que teve um jornalista que fez uma entrevista com um ex-presidente do Flamengo (Antônio Carlos Dunshee de Abranches), que disse que tinha me vendido para a Itália porque eu estava bichado. E aquilo virou manchete.”

Vivendo no Japão, onde é diretor do Kashima Antlers, Zico continua acompanhando de perto o Flamengo. Além da sua proximidade com Gabigol, que recentemente o ultrapassou na artilharia do clube na Libertadores, o Galinho confia em mais um título do Rubro-Negro, mas não acredita em duelo fácil. Na ida, os dois times empataram em 1 a 1.

“Tem tudo para ser um grande jogo. Sem dúvidas o Flamengo já tem uma base de três anos e isso dá um certo favoritismo. Mas é um time que, no próprio campeonato, perdeu para o Fluminense. No Fla-Flu, eu me lembro da gente estar lá embaixo e ganhar. Com um timaço, perdemos. E é uma decisão, que tem o lado psicológico. É um clássico especial. Uma pena ser sem público”, concluiu.

 

Fonte: R7

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