InícioMUNDOAssassinato de jovem nascido no Brasil gera comoção nacional na Espanha

Assassinato de jovem nascido no Brasil gera comoção nacional na Espanha

Um coro de aplausos seguido de uma harmoniosa abertura de guarda-chuvas coloridos cercaram, na segunda-feira(05), em A Coruña (cidade da Galícia, no noroeste da Espanha), as amigas de Samuel Luiz Muñiz, o jovem espancado até a morte na madrugada do último sábado, 1 de julho, no município espanhol.

Coletivos LGTBQIA+ de toda a Espanha convocaram mobilizações em várias cidades para exigir justiça para o enfermeiro, vítima de um ataque mortal de conotação homofóbica, cujo motivo específico ainda está sob investigação. A Polícia Nacional prendeu nesta terça-feira três pessoas pelo espancamento do enfermeiro, segundo fontes policiais confirmadas ao EL PAÍS. Até 15 pessoas testemunharam sobre o caso. A Polícia confirmou que os detidos são três jovens entre os 20 e os 25 anos, residentes da A Corunha.

No dia 1 de julho, Samuel Luiz Muñiz —que, segundo jornais brasileiros, nasceu no Brasil e se mudou para a Espanha com um ano de vida— estava com amigas na entrada de uma festa, conversando com alguém por uma ligação em vídeo, quando um grupo de homens o abordou, acusando o jovem de estar filmando o bando. Então, um deles reclamou com o enfermeiro, deu-lhe um soco, e os demais se juntaram à agressão. Segundo a polícia, pelo menos sete pessoas começaram a espancar e chutar Samuel Luiz, que não conseguiu se defender. No final, ele mal respirava.

O tuíte que uma amiga de Samuel Luiz postou após o ataque, no qual afirma que ele foi assassinado “por causa de sua orientação sexual”, atiçou as redes sociais e desencadeou uma onda de reações de diferentes grupos políticos e ideológicos.

A polícia já ouviu diversas testemunhas do caso e o delegado José Miñones afirma que a homofobia como motivação do crime é uma das hipóteses consideradas na investigação, mas ressalta que “nenhuma outra hipótese está descartada”. “Peço prudência e responsabilidade diante desses fatos absolutamente condenáveis e a brutal agressão a Samuel. Não podemos permitir essa violência em nossa sociedade”, disse o delegado.

Nascido no Brasil, Samuel vivia na Espanha desde os primeiros anos de vida. Ele trabalhava em uma entidade que cuida de idosos e crianças de até 3 anos de idade, a Real Instituição Beneficente Padre Rubinos. Ontem, pessoas atendidas, funcionários e voluntários se reuniram no pátio da entidade e fizeram um minuto de silêncio em homenagem a Samuel.

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