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Argentina – A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi condenada nesta terça-feira (6) a seis anos de prisão por um tribunal do país. A Justiça também decidiu que a ex-presidente não poderá assumir mais nenhum cargo público durante o resto da vida. Além de poder recorrer da sentença, Cristina responderá em liberdade, por ter foro privilegiado.

Kirchner teria cometido irregularidades na concessão de 51 contratos de obras públicas na província de Santa Cruz a companhias pertencentes ao empresário Lázaro Báez, durante o seu mandato de 2007 a 2015 e o do marido e antecessor dela na Presidência, Néstor Kirchner, entre 2003 e 2007.

Em uma breve fala, Kirchner lamentou a decisão da Justiça e deu a entender que a condenação foi elaborada antes mesmo do início das audiências. “Há três anos avisamos que a sentença já estava escrita”, disse a vice-presidente.

A pena imposta a Kirchner foi menor que a pedida pelos promotores, que desejavam 12 anos de prisão para a vice-presidente. Diego Luciani e Sergio Mola acusaram a viúva de Néstor de ter liderado uma associação ilegal que fraudou o Estado, com dezenas de irregularidades cometidas em um suposto conluio com Báez, sócio comercial da política, de acordo com informações do jornal argentino Clarín.

Assim como Kirchner, o empresário foi condenado a seis anos de prisão por admnistração fradulenta. Além dos já citados, foram sentenciados: José López e Nelson Pieriotti, a seis anos; Mauricio Collareda e José Raúl Santibáñez, a quatro anos; Raúl Daruich, a três anos e seis meses; Raúl Pavesi, a quatro anos e seis meses; e Juan Carlos Villafañe, a cinco anos.

No pronunciamento de 56 minutos, Cristina lembrou que, a partir de 10 de dezembro de 2023, não terá foro privilegiado. “Não serei mais vice. (…) Nao serei candidata a nada. Nem a presidente, nem a senadora. Meu nome não estará em nenhuma cédula. Termino em 10 de dezembro e regresso (…) para minha casa”, assegurou.