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País tem novo recorde de contágios pela covid-19

 O presidente argentino, Alberto Fernández,
anunciou que o país entrará em uma etapa de reabertura gradual nos próximos
dias. A quarentena, prevista para terminar no próximo domingo (10), terá
flexibilizações. Caso o número de contágios pelo novo coronavírus (covid-19)
siga aumentando, o governo afirmou que pode voltar a endurecer as medidas de
restrição.
 A ideia do governo, ainda não oficializada, é
definir protocolos e horários específicos para cada atividade ou grupo de
pessoas. Desde curtas caminhadas, idas ao mercado, períodos de trabalho, etc.
Devem ser definidos horários limitados para o retorno de algumas atividades.
Haverá também zonas vermelhas, com proibição de movimentação, naquelas áreas
onde a contaminação é mais crítica. 
 Seguirão com restrições os colégios,
faculdades e universidades; eventos sociais, culturais, recreativos,
esportivos, religiosos;  cinemas, teatros, centros culturais e clubes; e
atividades turísticas. 
 A Argentina tem 5.208 infectados pelo novo
coronavírus. Nas últimas 24 horas, foram registrados 188 novos casos, o recorde
de contaminados em um só dia desde o início da pandemia, e 9 mortes. O país
tem, no total, 273 mortes.
 O ministro da Saúde argentino, Ginés González
García, afirmou que deve haver uma gradual abertura econômica, mas que as
medidas sanitárias devem ser reforçadas.
 “Não sou eu quem decide, mas minha
opinião é que a quarentena deve continuar, mas de outras maneiras. Você precisa
ter uma abertura em termos econômicos com muito cuidado. 
 Mas a atividade
produtiva tem que começar. Existem muitas indústrias que estão funcionando
muito bem, como a de alimentos e produtos farmacêuticos”, disse o
ministro.
 A decisão pela volta gradual das atividades
econômicas foi validada pela equipe de infectologistas que assessoram o
presidente Alberto Fernández desde o início da pandemia. Ontem (6), durante a
reunião com os especialistas, Fernández foi orientado a seguir com as
restrições a aglomerações, além de manter o transporte público com capacidade
limitada. As atividades industriais, como a indústria automotiva, devem ser
liberadas.
 O ministro da Saúde ressaltou que as medidas
de cuidado, como o distanciamento social, o uso de máscara e a lavagem de mãos
devem ser mantidas. E disse que sua maior preocupação é com o transporte
público. “Existem estudos que mostram que, em Nova York e Madri, o
transporte público foi o veículo para a explosão de casos. Temos que nos
adaptar sem perder o que alcançamos. Temos um número muito baixo de casos,
estamos gerenciando a pandemia com sucesso. Mas isso não significa que estamos
comemorando a vitória”, disse.
 Hoje (7), Fernández conversará com os
governadores por videoconferência para definir como será a transição e quais
localidades devem seguir com o isolamento. Em Buenos Aires, por exemplo, onde
estão a maioria dos casos – foram 102 novos casos em 24 horas -, o afrouxamento
não deve ser imediato e existe grande preocupação com a população carente da
capital.
 Do total de casos confirmados, 928 (17,8%) são
importados, 2.291 (44%) foram por contatos próximos aos casos importados, 1.508
(29%) são de circulação comunitária e o restante está sob investigação
epidemiológica, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
 Até o momento, foram feitos 72.315 testes de
diagnóstico no país, o que equivale a 1.593 amostras por milhão de habitantes.

 Economia

 Previsões feitas pelo Banco Mundial, antes da
pandemia, mostravam que a pobreza urbana argentina alcançava 35,5% e a pobreza
infantil 52,3%. Agora, as Nações Unidas observam que o país está entre os mais
afetados pela recessão na América Latina, projetando uma contração de 5,7% para
este ano.
 O ministro da Economia, Martín Guzmán,
acredita que este ano o Produto INterno Bruto (PIB, a soma das riquezas
produzidas pelo país) cairá 6,5%, mas que no próximo ano terá um crescimento
real de 3% e que em 2022 continuará a expandir 2,5%, passando a subir 1,7%, sem
variação, até 2030.
 Hoje, em uma videoconferência, o porta-voz do
Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que confia que a Argentina possa
fazer um acordo com grande participação dos credores. O prazo para a Argentina
responder ao FMI com uma sugestão de reestruturação da dívida vence amanhã (8).
 “Estamos dispostos a ajudar a Argentina,
particularmente nessas circunstâncias difíceis, quando o governo está tentando
enfrentar os efeitos e consequências do coronavírus e realizar um plano que
restaurará a sustentabilidade e o crescimento inclusivo a médio prazo”,
afirmou Rice.
Foto: Gonzalo Fuentes