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Asilo em Poços de Caldas (MG) tem feito chamadas de vídeo para ajudar idosos — Foto: Arquivo pessoal

Os idosos estão no principal grupo de risco do contágio do vírus, por isso as visitas foram suspensas no asilo em Poços de Caldas (MG).
Funcionários de um asilo criaram um grupo para que familiares possam manter contato com os idosos durante a pandemia de coronavírus. O asilo fica em Poços de Caldas (MG) e suspendeu as visitas desde o dia 16 de março para evitar contágios. Os idosos estão no principal grupo de risco do COVID-19.
“Percebemos que com o passar dos dias nossos internos e familiares estavam ficando angustiados pela falta de contato. Através das ligações via telefone dos familiares para ter notícias de algum idoso percebíamos uma melhora na autoestima e muitas vezes até no quadro de saúde, indicando um certo conforto”, contou Hernani Brunório, psicólogo do asilo.
O grupo foi criado e é administrado pela equipe técnica da instituição. Nele, são enviadas fotos, notícias de cada interno e também são atendidas as solicitações de chamada de vídeo das famílias. As ligações são realizadas todos os dias da semana, e todas são acompanhadas por um cuidador, assistente social ou psicólogo.
Hernani Brunório é psicólogo e ajuda nas chamadas em asilo de Poços de Caldas (MG) — Foto: Arquivo pessoal 

A iniciativa foi criada como uma forma de melhorar a comunicação durante o isolamento social e também fortalecer os vínculos familiares. A proposta foi muito bem aceita tanto pelos idosos quanto pelos parentes.
“Embora seja uma atitude simples, é de grande importância. Nós que temos o celular em mãos, com liberdade e autonomia para falar com quem quisermos, não damos tanto valor. Muitos deles não têm essa autonomia, são dependentes desse auxílio que oferecemos”, explicou Hernani.
Apesar da interação ser benéfica para ambas as partes, dos 28 idosos internos na unidade, apenas 17 recebem chamadas de vídeo. Os demais não possuem vínculo familiar ou não tem familiares.
“Entendemos que os idosos que moram aqui já passaram por histórico de algum tipo de abandono, seja físico ou afetivo. Pensamos que a tecnologia poderia ser favorável, para não ser mais um tipo de abandono neste momento. O que eles mais sentem falta é do carinho, da atenção e o abraço. O contato com seus familiares e amigos através das chamadas de vídeo tem promovido alegria. Vemos isso no esboço dos sorrisos, e também na saudade”.