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Marlene Hinckel de 63 anos aprendeu nas aulas remotas do neto, Eduardo Hinckel, de 7 anos, a ler — Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Marlene Hinckel de 63 anos aprendeu nas aulas remotas do neto, Eduardo Hinckel, de 7 anos, a ler — Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Foi durante a pandemia de Covid-19 que Marlene Hinckel, de 63 anos, conseguiu aprender a ler as primeiras palavras em sua vida. A moradora de Florianópolis aproveitou as visitas diárias da filha e do neto de 7 anos a sua casa durante o ano passado para acompanhar os conteúdos das aulas virtuais do menino, que estava em processo de alfabetização.

“Imagina que me empolguei com a ideia de aprender também, e passei a assistir às aulas e usar os livros da escola dele para tentar ler.[…] Hoje já consigo ler as músicas e versos bíblicos utilizados no culto diário da família. Para mim, isso já é um grande passo”, diz a idosa.

Em 2019, Marlene, que mora sozinha na região do Sul da Ilha, se matriculou e começou a ter aulas na Educação para Jovens e Adultos (EJA). Segundo a filha, Karina Hinckel, a EJA despertou na mãe a vontade de estudar, pois tinha contato presencial com mais alunos na mesma faixa de idade e que queriam aprender, além de ser estimulada pelas professoras e de conhecer o alfabeto. Mesmo assim, a idosa não se alfabetizou. A situação se agravou com a pandemia, quando ela não conseguiu acompanhar as atividades à distância.