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Médico foi internado no Hospital Sírio-Libanês há dez dias com uma pneumonia avançada provocada pela infecção pelo coronavírus

Internado há dez dias no Hospital Sírio-Libanês para tratar um quadro de covid-19 que se agravou, o médico Roberto Kalil Filho, que chefia o setor de cardiologia da instituição, afirmou nesta quarta-feira (8) ter recebido a hidroxicloroquina, entre outros medicamentos.

Em entrevista à rádio Jovem Pan, o cardiologista contou que teve “um quadro grave de pneumonia avançada” decorrente da infecção pelo coronavírus. Os médicos que o atenderam consideravam, inclusive, a a transferência dele para a UTI.

A equipe propôs a ele um conjunto de medicações que incluía a hidroxicloroquina, ainda em fase de testes para saber se é eficaz contra a covid-19. Kalil Filho aceitou tomar o remédio.

“Foi proposto antibióticos, anticoagulantes, oxigenioterapia e a hidroxicloroquina. Obviamente, eu aceitei tomar sim a hidroxicloroquina, embora todos saibam que não tem grandes estudos comprovando benefício, em uma situação de paciente mais grave, eu acho que tem que ser ponderado, sim, o uso.”

No entanto, ele ressaltou que não pode atribuir a melhora a um único remédio.

“Aí você vai me perguntar, você melhorou só por causa da hidroxicloroquina? Provavelmente não, porque [foi] uma gama de remédios. Deve ter ajudado? Espero que sim, provavelmente sim.”

O cardiologista afirmou que se preocupa com o uso inadvertido do medicamento, que pode ter uma série de efeitos colaterais, mas que, em ambientes hospitalares, para casos graves, quando discutido entre médico e paciente, deve ser utilizado.

“Minha opinião como médico e como paciente, independente das ideologias: o que temos que procurar é minimizar o dano à população e simplesmente evitar mortes. Se existe uma medicação com evidências que pode ter benefícios junto com outras medicações, porque é um pacote de medicações, em uma situação dessas, que 5% dos casos ficam muito graves, eu acho que tem que ser utilizado e pronto. Essa é a minha opinião de paciente.”

Para o cardiologista, se o conjunto de remédios, que inclui a hidroxicloroquina, for capaz de evitar a ida de um paciente para a UTI, como ocorreu com ele, já serão salvas vidas de pacientes com covid-19.

Na terça-feira (7), o infectologista David Uip, também so Sírio-Libanês, recusou-se a responder se havia tomado a hidroxicloroquina no tratamento contra o coronavírus. Ele não chegou a ser internado, mas relatou ter passado dias difíceis em casa por causa da doença.

Por: https://noticias.r7.com/saude/cardiologista-roberto-kalil-filho-tomou-cloroquina-contra-covid-19-08042020