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Em meio a pandemia do novo coronavírus, jovens de Manaus resolveram fazer o bem às pessoas do grupo de risco. Equipados de bicicleta e bom coração, cinco rapazes fazem compras em supermercado, em farmácia e entregas em geral, sem cobrar nada pelo serviço. Nem sol, nem chuva desanimam a equipe ou impedem o projeto “Entregador Solidário” de seguir em ação.
Mesmo trabalhando em seus empregos formais, eles encontraram tempo para ajudar os moradores da capital amazonense. A equipe conta com participantes que moram em zonas diferentes da cidade e as histórias das entregas são as mais interessantes possíveis. 
O fundador do projeto é Luiz Gustavo Costa de apenas 19 anos de idade. Estudante de Educação Física, funcionário em uma academia, o jovem é morador do bairro Morro da Liberdade, na zona Sul de Manaus. De acordo com ele, a ideia surgiu após o aparecimento da Covid-19 na capital. Assim que veio o decreto de isolamento, Luiz ficou pensando como ficariam as pessoas do grupo de risco.
“O que me motivou foi pensar que eu tenho dois avós e, eu posso fazer as compras para eles. Mas e os outros idosos? A ideia veio, quando eu estava em um supermercado famoso da cidade. Notei que tinham muitos nas filas e eles são do grupo de risco. Observei que na área onde moro, o número de idosos é grande. Eu já trabalhava com entregas nas horas vagas e pensando em ajudar a minha comunidade, pensei em ser um entregador solidário”, contou Luiz.
As entregas são feitas de bicicleta, e para agendar o serviço solidário é necessário entrar em contato com os entregadores pelo telefone, ou pelas redes sociais, de maneira antecipada para que haja uma programação.
Conheça os membros da equipe
A equipe já se conhecia de um grupo no WhatsApp de entregadores de Manaus. Quando Luiz publicou a ideia na rede, imediatamente os voluntários apareceram. Além de Luiz, a equipe é formada pelo irandubense, Anderson Abreu de 27 anos; André Castro, 25 anos que é venezuelano; o morador do bairro Manoa, Rayan Reateque, 24 anos e;  Jenison Medeiros de 23 anos, conhecido entre os amigos como “Bolt”, por sua rapidez nas entregas.
Jovens, cheio de sonhos, cada um carrega a consciência de ajudar as pessoas nesse momento, não apenas como cidadão, mas como ser humano.
“Eu saí da minha cidade (Iranduba) porque não tinha emprego. Já trabalhei em olaria, em frigoríficos e não é bom trabalhar lá dessa forma. Hoje trabalho como entregador e escolhi nas horas vagas fazer as entregas solidárias para ajudar meu próximo. Principalmente, ajudar àquelas pessoas que não possuem familiares na cidade. Nossa meta é ajudar quem precisa da gente”, relatou, Anderson.
O venezuelano, morador do bairro Santo Antônio (Zona Oeste), contou o que o motiva a realizar às entregas. “Sou evangélico e no meu país trabalhava como cozinheiro e confeiteiro. Moro no Brasil há 16 meses e gosto daqui. Quando soube da pandemia e do projeto que o Luiz tinha, não pensei duas vezes em participar. Principalmente porque meus avôs continuam na Venezuela, então eu gostaria que alguém fizesse isso por eles também”, desabafou.
Demanda de pedidos
Segundo os entregadores, nas zonas Sul e Oeste, o número de entregas é grande. Já nas Leste e Norte, os pedidos são menores.
“No momento estou trabalhando como autônomo, mas já trabalhei como entregador também. Aqui na zona Norte os atendimentos são poucos, mas já fiz entregas para gestantes, idosos. Se alguém precisar de ajuda, estou aqui para servir”, explicou Rayan.
Histórias das entregas
Os relatos de solidão e pobreza extrema são muitos, os jovens atendem todas às pessoas, sem olhar deficiência,  etnia ou crenças. Dentro dos casos, Jenison ( ‘Bolt’0) morador do bairro Chapada (Zona Centro-Sul), contou em entrevista ao EM TEMPO, o impacto que o fez ‘cair a ficha’.
“A entrega era para ser feita no Hospital 28 de Agosto. Quando chegue no local estavam fazendo a remoção de um paciente. Todos estavam com máscaras e roupas especiais. Vi algumas pessoas chorando. Senti medo. Afinal todos os dias estamos nas ruas para realizar às entregas. Mas seguimos com fé, acreditando que tudo vai passar e que o esforço que estamos fazendo, Deus vai nos recompensar. O importante é que as pessoas não saiam de casa”, relatou ‘Bolt’.   
Contato com o ‘Entregador Solidário’
O público alvo do projeto são idosos, grávidas e outras pessoas do grupo de risco que são mais propicias a adoecer, e aqueles que por algum motivo não podem sair de casa. 
Luiz Gustavo (92) 99275-5699
 Jenison (92) 99282-9310
Andre (92) 99424-3350
Rayan (92) 9321-8775
Anderson (92) 99211-6423 ou pelo Instagram: @Anderson_abreu_15
https://emtempo.com.br/amazonas/197096/cinco-jovens-suas-bicicletas-e-a-solidariedade-contra-a-covid-19