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A cobertura de saúde básica no interior do Amazonas se aproxima de 90%, enquanto que em Manaus, não chega a 52%. O dado explica, em parte, porque a capital apresenta um número de mortes por COVID-19, atualmente 109% maior que no interior, apesar de a quantidade de diagnósticos ser inferior.

A Secretaria de Estado da Saúde (Susam) informou que é na atenção básica que é feito o acompanhamento e controle de diabetes, hipertensão e outras comorbidades que levam pacientes acometidos pela doença, ao óbito. São as chamadas doenças pré-existentes, as quais têm prevenção, se trabalhadas na base.

As 58 localidades do interior com casos registrados acumulam 32% de óbitos e menos da metade das mortes registradas em Manaus. No Boletim de quarta-feira (20/05), quando a capital apontou 11.643 casos (49,12%) e 1.057 óbitos (68%), o interior tinha 12.061 casos (50,88%), e 504 óbitos em 46 municípios.

Os dados mostram que o comportamento do vírus no interior tende a ter um desfecho melhor que na capital, e a resposta para isso pode estar na boa cobertura de atenção básica.

“Com boa cobertura de atenção básica, os municípios conseguem controlar melhor, investigar mais e notificar mais os casos e, assim, ter um melhor resultado no acompanhamento da população”, afirma o secretário de Atenção Especializada do Interior, da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Cassio Roberto Espírito Santo.

A cobertura da atenção primária também se reflete na baixa ocupação de leitos no interior. Dos 2.441 leitos totais disponíveis, 489 estavam ocupados, ou seja, 80% estavam vazios no inicio da semana, quando o interior passou à frente da capital em casos confirmados da Covid-19. Dos  82 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) com respiradores, 41% estavam vazios.

“Isso mostra que a atenção básica vem funcionando nos municípios e vem atuando de maneira que há uma menor hospitalização”, explicou Cássio Espírito Santo.