TCE

Um empresário do Espírito Santo, dono de um restaurante, está passando por dias difíceis nas últimas duas semanas após ter a rede social hackeada e utilizada por criminosos para oferecer um serviço de investimento que não existe.

Thiago Mendes trabalha na área há 10 anos. Ele usava constantemente as redes sociais para divulgar a atividade até ter a conta roubada.

Eles invadiram a minha rede social e agora eles estão oferecendo uma facilidade, que é um investimento em que a pessoa aplica um determinado valor, tem até uma tabelinha que eles postam, e a pessoa recebe uma quantia maior“, disse.

Ele contou que o valor chega a ser três vezes maior do que o investido. Segundo Mendes, os golpistas estão fazendo publicações desde 16 de novembro. “Não param de postar, todos os dias, toda hora”, disse.

Para alertar os amigos e seguidores, o jovem está divulgando em outras plataformas que o perfil foi hackeado. Porém, o profissional tem sofrido ameaças das vítimas que acreditam que ele seja o autor dos golpes.

Eu falo que não sou eu, algumas pessoas acreditam e até fazem o boletim de ocorrência. Mas há outras pessoas que estão me intimidando, mandando mensagens, falando que eu sou golpista, para eu devolver o dinheiro, falam que não acreditam que eu estava fazendo aquilo. Então, eu tenho recebido mensagens assim também“, relatou Mendes.

Uma das pessoas que sofreu o golpe através da rede social de Thiago é uma amiga e seguidora dele há anos. Ayla Luma investiu R$ 1 mil com a promessa de que receberia R$ 3 mil de retorno.

Como eu conheço ele há muitos anos, é meu amigo, eu entrei no direct dele e perguntei se era verídico aquilo. Falaram que era e eu acabei fazendo um investimento no valor de mil reais. Nisso, acabei descobrindo que eu cai em um golpe“, disse Ayla.

Nós verificamos que dentro dessa conta, eles fizeram mais cinco outras linhas de telefone, justamente para perpetuar esse crime de estelionato, fraude, alguns crimes que eles estão cometendo, inclusive com o sistema financeiro, utilizando o pix para poder espalhar esse golpes para outras pessoas“, explicou o advogado.

Uma das formas de evitar ser hackeada é as autenticações das redes, que podem ser feitas pelas redes sociais ou pelos aplicativos baixados pela internet.

Mendes também teve o número de telefone trocado pelos criminosos sem nenhuma notificação da operadora.

O WhatsApp deslogou falando que era para eu tentar logar novamente com o novo número, porque aquele número que eu tinha, um número que eu tenho há mais de 10 anos, já não era mais meu. Eu não podia mais usar aquele número“, disse.

Sobre a troca do número de telefone, a Vivo informou que o cliente está sendo tratado pela ouvidoria e que a empresa mantém uma página em seu site com orientações sobre golpe e com esclarecimentos de procedimentos.

Para fazer com que ele pare, eu teria que ter controle sobre a minha rede social de novo. Eu teria que ter meu número novamente, só que eu não estou tendo essa resposta. Então, o crime continua. Eles estão usando meu nome para aplicar esse golpe“, disse Mendes.

A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos e segue sob investigação. Para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será divulgada.

*Com informações da repórter Carolina Silveira, da TV Vitória/Record TV.