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A cidade de Humaitá, a 696 quilômetros de Manaus, pode tornar-se um promissor centro agroindustrial nos próximos dois anos. As empresas Zagaia Agro e Sanfran Energy apresentaram ao Governo do Amazonas, na segunda-feira (02/09), projeto para instalação de um centro de produção agropecuária e cadeias (clusters) integradas de serviços envolvendo logística, armazenamento e de geração de energia fotovoltaica no município. Trata-se de um investimento estimado em R$ 350 milhões, com previsão de geração de 12 mil empregos diretos e indiretos quando estiver operando em sua totalidade.
De acordo com o estudos preliminares do grupo de empresas, na produção de grãos, a previsão é de faturamento de R$ 172 milhões e criação de 366 novas vagas. No setor de pecuária de corte, a expectativa é de movimentação de R$ 48,2 milhões/ano. A geração de emprego é de cerca de 207 trabalhadores. Nesse segmento, os recursos a serem aplicados está na faixa de R$ 37 milhões.
O projeto define a formação de complexos agroindustriais com destaque para a implantação de parques de sistemas fotovoltaicos de alta geração, implantação de fábricas de ração animal e instalação de armazéns de alta tecnologia e abatedouros de suínos e aves.
O grupo assume, segundos os empresários Francisco Zamith Afonso de Almeida, da Zagaia, e Luiz Guilherme Zancaner, da Sanfran Energy, o compromisso de desenvolver todo o projeto com a utilização somente de áreas degradadas e campos inativos livre de queimadas e desmatamentos, e solicitar licenciamento prévio das áreas destinadas ao plantio de grãos no Ipaam, Semas, ICMBIO e Ibama. O grupo também garante instalar sistema de produção de energia solar limpa em Humaitá. 
O compromisso social assumido pelo grupo é de desenvolvimento econômico social da região por meio de parcerias com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Universidade de Estado do Amazonas (UEA) para a capacitação de mão de obra qualificada para o agronegócio. Também se compromete a investir na educação básica no município, em parceria em parceria com a Fundação Bradesco.
Para a cidade de Humaitá, especificamente, o compromisso é de contribuir para o aumento da arrecadação municipal e parceria para a formação de um plano diretor urbano e rural. A empresa considera implantar usina de geração de energia fotovoltaica no município.
Na parceria com o Estado, o grupo espera a articulação com bancos e agências de fomento para a aquisição de linhas de crédito para viabilidade de financiamento do projeto e garantia de compra de parte da produção de ração para a aplicação nos projetos de piscicultura e avicultura.
Os empresários asseguram que o projeto vai priorizar o zoneamento agropecuário sustentável com a formação de cooperativas integradas ao sistema privado e governamental.
Nova matriz – O projeto, segundo o secretário de Estado de Planejamento, Jório Veiga, é de interesse do Amazonas porque atende a um projeto de política de diversificação da matriz econômica do Estado. “Se o projeto atender as normas ambientais, legais, com certeza é muito bem-vindo”.

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, lembrou que o Estado tem áreas a serem desenvolvidas que necessitam de novas tecnologia para garantir a sustentabilidade dos empreendimentos.

Também participaram da reunião, organizada pelo secretário executivo de Desenvolvimento da Seplancti, Renato Mendes Freitas, o secretário de Estado de Fazenda, Alex Del Giglio, o presidente do Instituto de Proteção Ambiental, Juliano Valente, e o presidente da Afeam, Marcos Vinicius Castro.

FOTO: ROBERTO CARLOS/SECOM