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A histórica cheia de 2021 vem atraindo a atenção dos curiosos, que já fizeram da água que invade as ruas do centro de Manaus uma espécie de novo ponto turístico da cidade. Porém, a inundação, a exemplo da que ocorreu em 2012, também acarreta em prejuízo para o comércio e para a locomoção da população em geral.

Mas há quem se debruce sobre o problema, que vem sendo mais recorrente, já que as seis maiores cheias nos mais de cem anos de medição do Rio Negro aconteceram na última década. O engenheiro civil e empresário do ramo da construção civil Romero Reis, que visitou o local nesta semana, gravou vídeo em suas redes sociais em que abordou o problema.

“Os engenheiros ingleses, no final do século XIX, deixaram uma série de galerias que foram construídas e que serviram como dutos para escoar as águas servidas e de chuvas aqui de Manaus. Mas desde aquela época, quando o Rio Negro tem a sua inundação, ele funciona como um tampão, impedindo que essas águas sejam escoadas e acabam inundando o centro de Manaus”, explicou.

O empresário destacou que a inundação assim como os prejuízos causados, embora recorrentes, não têm recebido a atenção devida pelo poder público, que dispõe de recursos para executar o projeto que resolveria a questão em definitivo.  “Entra administração e sai administração e o problema continua aí. Mas qual seria a solução? O dinheiro que é gasto, mensalmente, com cargos comissionados, que recebem e não entregam serviço nenhum, seria suficiente para em um ano poder provisionar e executar um sistema de comportas que evitaria esta inundação no centro de Manaus. Solução técnica e de engenharia tem. Falta vontade política”, afirmou Romero Reis.

O sistema de comportas é utilizado em todo o mundo, especialmente em países como a Holanda, que passou a utilizar áreas antes tomadas pelo mar na agricultura. Considerado viável economicamente, o sistema utiliza reservatórios de água e bombeamento para drenar a inundação para fora da área alagada.