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Policiais federais entraram na Favela
do Rola após seguirem o GPS; um dos agentes morreu
A viatura onde estava o policial
federal foi pichada com iniciais de uma facção criminosa .
A viatura onde estava o
policial federal foi pichada com iniciais de uma facção criminosa Foto:
Reprodução
Ana Carolina Torres
Os dois agentes da Polícia
Federal atacados a tiros na Favela do Rola, em Santa Cruz, na Zona Oeste do
Rio, foram parar na comunidade após seguirem orientações do GPS. A revelação
foi feita por Plínio Ricciard a policiais militares do 27º BPM (Santa Cruz) que
estiveram no local, na tarde desta quinta-feira. Na ocasião, o também policial
federal Ronaldo Heeren foi morto. Na manhã desta sexta-feira, a PM faz uma
operação na Favela do Rola.
De acordo com o relato de
Ricciard, assim que chegou ao Rola, a Mitsubishi L200, viatura descaracterizada
da PF, foi interceptada por um Toyota Corolla prata. Do carro desceram quatro
homens armados. Os agentes atiraram e os bandidos revidaram. Ricciard conseguiu
saltar da Mitsubishi, pulou alguns muros e se escondeu em uma casa, que estava
vazia.
O agente Ronald HeerenO agente
Ronald Heeren Foto: Reprodução
O 27º BPM soube o que havia
acontecido e montou uma operação para entrar no Rola. Ao chegarem à comunidade,
os policiais militares encontraram Ricciard. O corpo de Heeren foi achado no
volante da Mitisubishi, parada na Rua São Lourenço. Equipes da Polícia Federal
foram para a comunidade e fizeram uma perícia.
Em nota, a assessoria de imprensa
da Polícia Civil informou que as investigações sobre a morte de Heeren ficarão
a cargo da PF.
Pichação de facção criminosa
A viatura descaracterizada onde
estava o corpo de Heeren foi pichada com as iniciais da maior facção criminosa
do Rio. Desde outubro de 2018, milicianos assumiram o comando da favela, que
antes era dominada pela quadrilha de traficantes. De acordo com fontes ouvidas
pelo EXTRA, não houve nenhum confronto entre os dois grupos criminosos nesta
quinta-feira. Em um dos vidros da viatura, foi escrita a frase “Vai morrer”.
Policiais civis que investigam a
milícia que age no Rola afirmam que a ordem para matar o agente federal foi
dada pelo miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko. A pichação no carro
teria sido uma forma de atribuir o crime ao tráfico.
Em nota, a Polícia Federal
lamentou a morte de Heeren e informou que ele e Ricciard estavam fazendo
diligências no momento em que foram atacados. A Federação Nacional dos
Policiais Federais (Fenapef) também lamentou a morte do agente, que estava na
PF havia 22 anos, e exigiu uma “investigação rigorosa dos fatos e uma
resposta à altura, com prisão e condenação dos envolvidos”.