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O Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou, nesta segunda-feira (29), por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, envolvido no acidente com o Porsche que deixou um motorista de aplicativo morto na zona leste da capital.

Na denúncia, a promotora Monique Ratton também se manifestou a favor da decretação da prisão preventiva do empresário “para evitar que o denunciado, como já fez ao longo das investigações, influencie as testemunhas”. A Justiça paulista já negou dois pedidos de prisão contra Fernando.

O MPSP requisitou ainda o compartilhamento das provas com a Promotoria da Justiça Militar, para que os policiais militares que liberaram o empresário da cena do acidente sem a realização do teste do bafômetro possam eventualmente responder por crime administrativo.

O denunciado só se apresentou à polícia 36 horas depois da colisão, tendo deixado o local junto com a mãe e com autorização dos agentes que atenderam à ocorrência.

De acordo com a denúncia, Fernando ingeriu bebida alcoólica em dois estabelecimentos antes de dirigir o carro de luxo.

“A namorada e um casal de amigos ainda tentaram demovê-lo da intenção de dirigir, mas o condutor ainda assim optou por assumir o risco. Na avenida, trafegou a mais de 150 km/h, atingindo um automóvel dirigido por um motorista de aplicativo, que morreu. A vítima que ia no banco de passageiros do carro de luxo teve ferimentos gravíssimos, ficando na UTI por dez dias, com perda de órgão”, diz o Ministério Público em nota.

O empresário foi denunciado na modalidade de dolo eventual, que é quando a pessoa assume o risco por suas ações. O homicídio doloso qualificado tem pena de 12 a 30 anos de reclusão, e a lesão corporal gravíssima pode elevar a pena total em um sexto.

Relembre o caso

Por volta das 2h30 do dia 31 de março, o Porsche dirigido pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24 anos, atingiu a traseira do Renault Sandero que era guiado pelo motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52 anos.

Viana chegou a ser socorrido e levado pelo Corpo de Bombeiros ao hospital municipal do Tatuapé, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O condutor do Porsche deixou o local do acidente na companhia da mãe, que disse aos policiais que levaria o filho a um hospital por causa de um suposto ferimento que ele havia tido na região da boca.

Porém, mais tarde os policiais foram ao hospital indicado pela mãe dele, mas não encontraram nenhum registro da entrada dele na unidade. Fernando só se apresentou à polícia na tarde do dia 1º.

O acidente ocorreu na avenida Salim Farah Maluf, na zona leste, cujo limite de velocidade é 50 km/h. Imagens captadas por câmeras de vigilância mostram o carro importado trafegando em alta velocidade até bater no Sandero.

Fonte: CNN