TCE

O lançamento da criptomoeda Libra, projeto liderado pelo Facebook e anunciado em 2019, pode finalmente sair do papel em janeiro de 2021. Após a Associação Libra confirmar, em abril, que a moeda digital iria espelhar moedas tradicionais, uma primeira versão deve ser liberada com base em dólar. As demais moedas seriam lançadas posteriormente, de acordo com relatos de membros do grupo ao Financial Times.

A chegada de apenas uma moeda estável atrelada ao dólar consiste em um rebaixamento do projeto anterior, que visava lançar várias moedas, com uma delas sendo uma composição de todas as outras – e mais ainda em relação à ideia original, que foi considerada perigosa pelos órgãos reguladores.

A estratégia menos ambiciosa tenta minimizar a volatilidade da criptomoeda, de modo a gerar maior confiança e incentivar a sua adoção após um começo conturbado em 2019.

Como uma stablecoin, o Libra poderia oferecer alguma estabilidade de preço e previsibilidade aos seus usuários. Essa forma de moeda digital já é bastante conhecida e utilizada por empresas como Coinbase, Tether Limited e Paxos.

Os impasses para o novo plano do Libra

Caso o Libra esteja atrelado ao dólar americano, pessoas de fora dos Estados Unidos podem ter custos adicionais, o que poderia minar em parte os planos de fornecer acesso a uma moeda global para 1,7 bilhão de pessoas sem banco.

Além disso, o projeto havia sido criticado por estar estreitamente ligado ao Facebook – que passou por vários escândalos de privacidade nos últimos tempos. Não se sabe se apenas a mudança para uma stablecoin poderia apagar os “efeitos colaterais” dessa relação.

Cabe lembrar que o projeto também perdeu alguns parceiros importantes no processo, como o PayPal, que recentemente expandiu suporte a bitcoin e mais criptomoedas. Em compensação, o grupo nomeou o ex-diretor jurídico do HSBC, Stuart Levey, para CEO da Associação Libra.

Para que o lançamento seja oficial, a Associação Libra depende da aprovação para operar como um serviço de pagamentos pela Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro da Suíça (FINMA, na sigla em inglês).

Com informações: Financial Times e Mashable