TCE
Entenda por que o
clube pode servir de terapia para o difícil jogo que o lateral-direito
brasiliense de 31 anos trava fora das quatro linhas
 O Gama é
mais um clube a apostar na recuperação do lateral-direito Régis Ribeiro de
Souza. Revelado pelo Legião e com passagem pelo CFZ-DF, o jogador de 31 anos nascido
em Ceilândia defendeu clubes tradicionais do país como Botafogo, São Paulo e
Bahia.

 Nesta segunda-feira, Régis foi anunciado
pelo atual campeão candango para a reta final do Candangão e a disputa da Série
D do Campeonato Brasileiro. Em outubro de 2018, o ala chegou a posar com a
camisa do Brasiliense ao lado de Jobson em um atividade na sala de ginástica do
arquirrival alviverde. 

 “Vamos recuperá-lo. Primeiro é uma
oportunidade para o ser humano, depois para o jogador. O Vilson Tadei
(técnico)  conversou com ele e o grupo aceitou bem. Ele fez exames na
sexta-feira e treinou no sábado à tarde e no domingo. O contrato será assinado
nesta semana, em princípio até o fim do ano. Ele está muito focado”, disse ao
Correio Braziliense o presidente Weber Magalhães. A contratação vinha sendo
costurada desde a última quinta-feira. 
 
Régis já admitiu em entrevista ao Correio
a diferentes veículos ter problemas com drogas, mas negou que seja viciado. Disse inclusive que o
ex-jogador e hoje comentarista Casagrande é uma referência na batalha pessoal.

 “No futebol, há muitos jogadores
que usam drogas e a gente não sabe, que os casos não se tornam públicos.
Conheço atletas que usavam com certeza, mas não posso revelar. Me inspiro no
Casagrande. Ele conversou comigo enquanto eu estava no São Paulo. Disse que
isso é algo emocional, que a gente tem que vigiar os locais que frequenta, as
amizades, e manter o foco. Senão, não consegue sair dessa”, revelou.

 O último clube de Régis foi o Juventus de
Jaraguá do Sul (SC). Depois de jogar três vezes com a camisa do time
catarinense, ele rescindiu contrato antes da paralisação do futebol no país. O
jogador sofreu uma lesão e deixou o clube em comum acordo com a
diretoria. 
 Em depoimento à ESPN em abril, o diretor de futebol do Juventus,
Renê Marques, também atribuiu a rápida passagem dele pelo clube aos recorrentes
problemas com dependência química e álcool. “Régis jogou três jogos, teve uma
lesão e depois em comum acordo rescindimos o contrato. É um menino muito bom,
diferenciado dentro de campo, mas infelizmente teve algumas quedas e junto
disso vem a depressão, o isolamento. O problema dele é muito sério, muitos
criticam, mas poucos ajudam”, defendeu o dirigente em abril. 
 Renê Marques disse que o Juventus conversou
com clubes anteriores de Régis antes de contratá-lo. “Sabem que no caso do
Régis tentaram de tudo. Acompanhamento, prevenção, psicologia. Nós optamos por
deixa-lo livre para fazer o que achasse melhor pra ele, sem segurança, sem
nada, em 42 dias de pré-temporada, não teve nenhum problema. Infelizmente
depois aconteceu, porque é um menino formidável quando não bebe, você nem
acredita que se transforma quando bebe”, relatou o dirigente. 
 Em outubro de 2018, foi detido em Samambaia
após, supostamente, ter tentado invadir o apartamento de vizinhos, em Samambaia
Sul. O jogador foi detido em flagrante, assinou um termo circunstanciado e foi
liberado sob a condição de se apresentar à Justiça para audiência. O caso foi
registrado à época como perturbação da tranquilidade, ameaça e violação de
domicílio.
Foto: Divulgação