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A família de uma idosa da cidade de Taquaritinga, no interior de São Paulo, se recusou a permitir a vacinação por um enfermeiro negro durante campanha de imunização contra o coronavírus. O caso aconteceu ontem, num posto de vacinação drive thru do Ginásio de Esportes Antônio Dambrósio, que fica no Jardim Taquarão. O município tem pouco mais de 55 mil habitantes.

A assessoria de imprensa da Prefeitura de Taquaritinga confirmou o ato e explicou como teria ocorrido o racismo. “Ele se aproximou do carro pra vacinação e a filha que falou: ‘não se aproxime da minha mãe’. Ele pegou os documentos para fazer as anotações, entregou para outro profissional e voltou ao posto de atendimento para o próximo. Ele não percebeu que era um caso de racismo”, explica Andrei Fernandes Amorim, um dos funcionários da assessoria.

Segundo testemunhas do incidente, acredita-se que a filha agiu a pedido da mãe para evitar o trabalho do profissional.

A reportagem apurou ainda que pouco depois do caso, o enfermeiro – que não teve sua identidade divulgada para preservá-lo – levou tempo para perceber o que havia acontecido e somente depois de algum tempo é que concluiu tratar-se de um caso de racismo.

“Ele comentou com os colegas e todo mundo concordou tratar-se de racismo. O enfermeiro recebeu todo o apoio dos funcionários e da Secretaria de Saúde”, informou a assessoria da prefeitura.

Embora todos tenham afirmado se tratar de um típico caso de racismo, não houve registro de Boletim de Ocorrência porque não houve identificação de quem seria a idosa e a filha. “Por tratar-se de um drive thru, são dezenas de carros que passam por ali, fica difícil identificar”, segue a explicação da assessoria.

Taquaritinga já iniciou a vacinação de idosos a partir de 77 anos e aplicou 4.502 doses até a manhã de hoje, o que equivale a 7,84% da população, índice superior à média brasileira, que está abaixo de 4%.

Por noticias.uol.com.br