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Chamada covaxin, a fórmula utiliza o vírus inativo da doença para estimular o organismo a produzir anticorpos

 A Índia
começa nesta semana os ensaios clínicos, em humanos, de uma vacina contra
covid-19 desenvolvida em tempo recorde pelo governo do país, em parceria com
uma companhia de biotecnologia. A expectativa — considerada irreal por
especialistas — é que a substância esteja pronta para ser oferecida ao público
em 15 de agosto, dia da independência indiana.
 Chamada covaxin, a fórmula utiliza o vírus
inativo da doença para estimular o organismo a produzir anticorpos. Embora
considerada menos perigosa, essa tecnologia não está livre de riscos, mas o
governo indiano garantiu, em um comunicado, que todos os procedimentos de
segurança estão de acordo com as normas internacionais. Na nota, o Instituto
Nacional de Virologia, que desenvolve a substância em parceria com a Bharat
Biotech International, argumenta que, em todos os países em que vacinas contra
a covid-19 estão sendo pesquisadas, os passos foram acelerados.
 O primeiro ensaio com humanos será feito com
375 voluntários em 12 centros clínicos da Índia. A fase 2, com 750
participantes. Receberão a fórmula experimental pessoas entre 20 e 50 anos,
saudáveis. Embora os resultados finais sejam esperados para seis a oito meses,
caso a substância se mostre segura e seja detectada a produção de anticorpos no
organismo de quem a recebeu, ela estará disponível em 15 de agosto, disse o
governo indiano.
 A Academia Indiana de Ciência, porém, divulgou
um comunicado, expressando preocupação com o anúncio. “Como um corpo de
cientistas — incluindo muitos que estão envolvidos em vacinas em
desenvolvimento —, a Academia acredita firmemente que o cronograma anunciado é
inviável. Esse calendário levantou esperanças e expectativas irreais nas mentes
dos nossos cidadãos”, diz o texto.
Foto: Chaidder Mahyuddin