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O Ministério da Saúde deixou estourar o prazo de validade de aproximadamente 1,7 milhão de testes RT-qPCR para Covid-19. A informação foi apurada pelo Metrópoles com a pasta. Os exames serão “substituídos sem custo”, alega o ministério, sem, no entanto, informar como ou quando – nem repassar qualquer documento que confirme o mecanismo de troca.

Todos foram comprados pelo governo federal em abril de 2020, via Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No total, o lote continha cerca de 10 milhões de testes, que foram produzidos pelo laboratório Seegene, da Coreia do Sul. Desde então, quatro ministros já passaram pela gestão da pasta – e parte do lote seguiu encalhado.

Cada teste custou aos cofres públicos R$ 42, segundo informação enviada pelo Ministério Público Federal à CPI da Covid-19. Isso significa que, além de os brasileiros não terem tido acessos aos exames, o desperdício pode chegar a R$ 71,4 milhões. O Ministério da Saúde não revela qual seria a justificativa para que a Opas ou a empresa produtora assumissem os custos da troca, considerando que o problema com o material não foi na produção, mas sim na inépcia para distribuição no país.

Em dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou o prazo de validade dos testes, por mais quatro meses, após o jornal O Estado de S. Paulo revelar que 6,9 milhões de exames estavam encalhados em um galpão do governo federal em Guarulhos (SP).

Com informações: Metrópoles