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Lorenzo Dias Palhinhas, de 14 anos, passou a última semana preparando uma festa com os amigos do Complexo do Chapadão. A intenção era assistir a final da Copa Libertadores e ver o time de coração, o Flamengo, ser tricampeão da competição. No relato do avô, Fernando Palhinha, um dos maiores sonhos de infância do adolescente era ser jogador de futebol. Mas este caminho foi interrompido na noite da última quinta-feira, 27, durante uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) dentro da localidade, quando Lorenzo foi baleado. Enquanto o jogo era realizado no Equador, no último sábado (29), às 17h, amigos e familiares de Lorenzo fizeram uma homenagem ao adolescente, exibindo uma faixa com uma foto dele e com a frase “Descanse em paz”.

—Ele não conseguiu ver o time dele ser campeão. O Lorenzo estava muito feliz, cheio de sonhos. Tinha comprado uma camisa nova do Flamengo para ele. Mas ele foi assassinado sem ter a possibilidade de se defender. Foi atingido pelas costas — lembra emocionado.

Antes de começar a trabalhar como entregar para ajudar a mãe e o irmão, Lorenzo treinava futebol numa escolinha no Clube Nacional, em Guadalupe.

— Desde os nove anos ele treinava lá. Era fã do Bruno Henrique e treinava para ser atacante. Meu neto dizia que tinha um estilo de jogo parecido com o dele. E gostava também do Neymar — conta.

Lorenzo foi morto durante uma operação da PRF no Complexo do Chapadão, Zona Norte do Rio, após agentes irem ao local para checar informações sobre os criminosos responsáveis pela morte do agente Bruno Vanzan. De acordo com a corporação, os suspeitos teriam fugido para a comunidade. Ainda de acordo com PRF, as equipes foram recebidas a tiros por cerca de 30 criminosos. Logo após a operação, em nota, a PRF disse que dois dos adolescentes afirmaram pertencer ao tráfico de drogas da região. Eles também teriam dito que faziam um plantão do “comércio da boca de fumo”. Segundo a corporação, o jovem que morreu baleado estaria envolvido.

Fonte: Extra