TCE
Manifestantes protestaram contra o que consideram reeleição manipulada
 A Rússia afirmou,
nesse domingo (16), que avisou o líder da Bielorrússia, Alexander
Lukashenko, que está pronta para oferecer assistência militar, se for
necessária, enquanto manifestantes realizaram o maior protesto até agora contra
o que consideram uma reeleição manipulada.
 
 O protesto na capital, Minsk, atraiu cerca de
200 mil pessoas, estimou um repórter da Reuters. Pelo menos dois manifestantes
morreram e milhares foram detidos nas manifestações desde a eleição do
último dia 9.
 O povo carregou bandeiras vermelhas e brancas
e cantou “Renuncie Lukashenko” e “Não esqueceremos ou perdoaremos”.
 Adversários de Lukashenko, no poder há 26
anos, dizem que a votação foi fraudada para esconder o fato de que ele havia
perdido apoio do público. Ele nega ter perdido, citando resultados
oficiais que lhe dão pouco mais de 80% dos votos.
 O Kremlin afirmou que o presidente russo,
Vladimir Putin, havia dito a Lukashenko que Moscou estava pronta para auxiliar
o país, seguindo um pacto coletivo militar, se fosse necessário, e que a
Bielorrússia estava sofrendo pressão externa. Não especificou de onde.
 Pouco antes do protesto da oposição, a
segurança era rígida à medida em que apoiadores de Lukashenko se reuniam no
centro de Minsk, pela primeira vez desde a eleição, para expressar apoio a ele
e ouvi-lo fazer inflamado discurso.
 Lukashenko, sob pressão da União Europeia pela
repressão contra seus adversários, afirmou que tanques da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (Otan) e aviões foram posicionados a 15 minutos da
fronteira de Bielorrússia. A Otan disse que estava monitorando de perto a
situação, mas que não houve aglomeração militar na fronteira oeste do país.
 Lukashenko alegou que há um complô estrangeiro
para derrubá-lo e que a Bielorússia está sob pressão. “Tropas da Otan
estão à nossa porta. Lituânia, Letônia, Polônia e Ucrânia estão mandando que
façamos novas eleições”, disse, acrescentando que a Bielorrússia “morreria como
Estado” se um novo pleito fosse realizado. “Eu nunca os trai e nunca o
farei”, afirmou.
 O Exército da Bielorrússia faria exercícios
entre 17 e 20 de agosto no oeste do país, segundo a agência de
notícias russa RIA.
Foto: Maxim Shipenkov