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Evento é voltado para estudantes de escolas públicas e privadas

 Em função da pandemia do novo coronavírus
(covid-19), a organização da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica
(OBA) decidiu estender de novo, agora até o final de junho, as inscrições para
a 23ª edição. O prazo prorrogado anteriormente venceria no domingo (31). As
inscrições podem ser feitas no endereço www.oba.org.br.
 O adiamento da data final das inscrições vale
também para a Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog). 
 O objetivo, segundo o coordenador nacional dos
dois eventos, professor João Batista Garcia Canalle, astrônomo da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), é permitir que um número maior de escolas
públicas e privadas possam inscrever seus alunos.
 No ano passado, a olimpíada bateu o recorde de
participantes na história, com 884.979 estudantes de 9.965 escolas de todos os
estados e do Distrito Federal, além de duas do Japão. Canalle disse que, em
geral, em torno de 20 mil escolas se inscrevem a cada ano mas, no final, na
hora de aplicar a prova, apenas a metade acaba participando da OBA. 
 “Este ano, já tem um pouquinho mais de 20 mil
escolas inscritas”, informou o coordenador. “Com o tempo de inscrições sendo
prorrogado, isso facilitou um acréscimo maior de escolas que acabam sendo
informadas”.


 Data
  
 Não foi definida ainda a data para a
realização da olimpíada, diante da pandemia da covid-19. “É prematuro. Temos
que aguardar as escolas voltarem ao [funcionamento] normal”. Ele disse que
quando as escolas retornarem às aulas, a organização da OBA poderá marcar uma
data adequada, “pelo menos para a maior parte das escolas participantes”.
 Embora as escolas públicas sejam maioria entre
os participantes da OBA, com 80% do total, Canalle disse que as escolas
privadas estão ganhando espaço, percentualmente, mas de forma lenta. “Elas
estão vendo que isso é interessante também, porque permite ao aluno se
destacar, leva o nome da escola junto quando o aluno recebe medalhas, os pais
também preferem que os filhos participem da olimpíada porque isso acaba sendo
uma avaliação externa à que é feita na escola. Está crescendo [a participação],
felizmente”, disse o professor.

 Olimpíada

 Realizada em fase única e voltada para todos
os estudantes dos ensinos fundamental e médio, a olimpíada, em seus 23 anos de
existência, já superou a marca de 10 milhões de participantes. Anualmente, são
distribuídas cerca de 50 mil medalhas.
 A olimpíada é dividida em quatro níveis, sendo
os três primeiros dirigidos a alunos do ensino fundamental e o quarto para o
ensino médio. A prova é composta por dez perguntas, sendo sete de astronomia e
três de astronáutica. A maioria das questões é de raciocínio lógico. As
medalhas são distribuídas conforme a pontuação obtida por cada nível.
 Os melhores classificados na OBA representam o
Brasil nas olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA) e
Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2021 (OLAA). Os participantes
da edição 2020 da OBA concorrem ainda a vagas nas Jornadas Espaciais que
acontecem em São José dos Campos (SP), onde recebem material didático e
assistem a palestras de especialistas.
 O professor João Batista Canalle disse que o
objetivo da OBA é levar “a maior quantidade de informações sobre as ciências
espaciais para a sala de aula, despertando o interesse nos jovens”.
 Alunos e professores podem se preparar para a
prova por meio do aplicativo Simulado OBA, disponível para celulares, tablets,
e computadores, e pelo site da olimpíada, que fornece vídeos explicativos, provas
e gabaritos das edições anteriores.


      Foguetes

 

 

 

 
 Também
organizada pela OBA, a 14ª Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog) prorrogou as
inscrições. Voltada para alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas
públicas e particulares de todas as regiões do país, a mostra avalia a
capacidade dos estudantes de construir e lançar, o mais longe possível,
foguetes feitos de garrafa pet, tubo de papel ou de canudo de refrigerante.
 Estudantes que já concluíram o ensino médio
também podem participar, desde que representando a instituição na qual se
formaram e com a concordância da mesma. O evento acontece dentro da própria
escola e tem quatro níveis. A novidade deste ano é que professores também
poderão construir e lançar foguetes de papel, mas sem concorrer a prêmios. 
 Em 2019, a Mobfog contou com 154.578 alunos.
Para essa edição, são esperados mais de 200 mil alunos.

 Organização

 A coordenação da OBA é exercida por uma
comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da
Agência Espacial Brasileira (AEB) do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (MCTIC) e conta com o apoio do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Universidade Paulista
(UNIP).
Foto: Tomas Silva