TCE
Foi o que aconteceu com a jornalista Tatiana Moreira, de 25 anos. Ela, assim como 61,3% das mulheres, deixa, constantemente, de usar roupas confortáveis e frescas por medo de, mais uma vez, ser violentada durante o treino. 
“Eu fazia meu treino de corrida, um cooper, mesmo, em uma praça perto da minha casa, em São Paulo, quando um caminhão-baú passou por mim”, relembra. “Nele, havia dois homens. Eles começaram a dizer coisas horríveis para mim, a comentar sobre o meu corpo. 
Como sempre que isso acontece, continuei correndo e fingi que não estava ouvindo. Eles continuaram me seguindo, dentro do veículo, até que um deles se irritou e gritou: ‘Quer leitinho? Então toma’, e arremessou .
“Era sempre isso: parava para me alongar, vinha algum cara ‘alonga aqui comigo’. É muito difícil, cara. Dentro da academia, pelo menos, é um ambiente fechado, então a gente espera que aconteça menos. Ainda assim, não é o caso. Com frequência, um homem me olhava de forma desrespeitosa na academia em que treino; tirava a aliança quando eu chegava, me chamava de ‘linda’ sem que eu tivesse dado qualquer intimidade. Passei a treinar com uma blusa amarrada na cintura de tanto desconforto”, afirma.