TCE

A Polícia Civil apura novas conversas achadas no celular do professor de física e coordenador de uma escola estadual, que foi preso suspeito de oferecer dinheiro a um aluno em troca de sexo e nudes, em Corumbá de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Após a prisão, ele foi exonerado. Um print mostra quando o suspeito enviou mensagem ao aluno o chamando para casa dele e enviou uma foto de uma nota de R$ 50

“Vai querer mais crédito não? Me manda mais fotos tops aí que coloco para você. Foto de todo tipo. Vai mandar até de costas?”, escreveu o suspeito ao aluno, em outra data.

Até a última atualização desta reportagem, o g1 não havia obtido contato com a defesa de Haroldo Lima Rodrigues Filho, de 29 anos, para que se posicione. À polícia, ele confessou o crime, mas negou que o menor tenha sido aluno dele, embora estudasse na escola em que o suspeito atua como coordenador. Ele afirmou à delegada que conhecia o adolescente da escola.

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) disse que o profissional foi imediatamente exonerado de suas funções e que um processo administrativo disciplinar foi aberto para apurar o caso. A Seduc disse ainda que o contrato dele era temporário.

Os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram cumpridos na manhã de segunda-feira (10). A Polícia Civil prendeu o homem na escola onde ele trabalha e, em seguida, fez buscas na casa dele, onde apreendeu dispositivos eletrônicos.

Até o começo da tarde desta terça-feira (11), a delegada Aline Lopes, da Polícia Civil de Corumbá de Goiás, disse que nenhuma nova vítima procurou a delegacia para denunciar o profissional. No entanto, a investigadora disse que há indícios de que ele tenha cometido crimes contra outras pessoas.

“A cidade é muito pequena, então, as pessoas ficam receosas, com medo da história se espalhar. Por isso, a divulgação é importante, para elas terem certeza do sigilo e da prisão do suspeito. Esperamos que outras vítimas procurem a delegacia”, disse.

 

De acordo com Aline, a corporação está analisando novas mensagens encontradas no celular do suspeito. Ela contou que o “modo de agir” dele com os outros jovens é o mesmo utilizado com a primeira vítima.

“Já verificamos que ele mantém o mesmo modo de agir com outras pessoas. Ele aborda rapazes jovens nas redes sociais. Estamos verificando as idades dessas pessoas e se eram alunos dele, para ver se configura crimes”, contou a delegada.

 

A diretora da escola onde o profissional atuava prestou depoimento na segunda-feira. À delegada, a mulher disse que nunca suspeitou da conduta do profissional, que trabalhou por cinco anos na unidade.

“Ela afirmou que não tinha nenhuma suspeita dele, que ninguém suspeitava. E essa é uma característica comum nestes casos, de pessoas que se passam por pessoas normais. Ela também afirmou que ele trabalha na escola há cinco anos, só que como professor há dois. Antes, ele acompanhava um deficiente físico que precisava de apoio”, disse.

nvestigação e prisão

 

A delegada disse que começou as investigações após a denúncia da mãe de um menor que, ao notar a mudança de comportamento do filho, descobriu que ele vinha sendo assediado por um professor da escola em que estudava.

“A mãe do menor estava preocupada com uma mudança de comportamento extrema do filho. Ao mexer no celular dele, descobriu as mensagens e que o interlocutor se tratava do professor da escola”, contou a investigadora.

Conforme apurado, o suspeito, que abordou o aluno através de redes sociais, oferecia dinheiro ao aluno com o objetivo de manter relações sexuais. Além disso, ele pedia fotos das partes íntimas da vítima, também em troca de pagamento.

“O que apuramos, até o momento, é que ele oferecia dinheiro ao aluno, em espécie e em créditos para celular, para que o menino mantivesse relações sexuais e enviasse fotos do órgão genital”, disse a delegada.

 

Em outro print, é possível ver quando o suspeito falou ao estudante: “Vai perder dinheiro então”.

Com essas informações, a corporação representou pela prisão do professor, que foi deferida pelo Poder Judiciário. Após o deferimento, o mandado de prisão foi cumprido, na manhã de segunda-feira, na escola que o suspeito trabalha.

Após a prisão, o suspeito foi recolhido na Unidade Prisional de Corumbá de Goiás, onde ficará à disposição do Poder Judiciário. Segundo a PC, ele deve responder pelos crimes de exploração sexual e armazenamento de material pornográfico envolvendo adolescente.

A Polícia Civil disse ainda que, como apura a possibilidade de haver outras vítimas, a divulgação da imagem e identificação do preso foi autorizada, tendo em vista o interesse de conseguir novas testemunhas para apurar os crimes cometidos pelo suspeito.

Fonte: G1