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JMM foram mais uma parada antes do destino: Tóquio 2020

 No Brasil, o termo esporte olímpico (utilizado
para se referir às modalidades que não são o futebol) já entrega o grande
objetivo de todos os envolvidos. Os atletas falam o tempo todo em
“ciclo”, que nada mais é do que o período de quatro anos entre uma
edição da Olimpíada e outra. Desde 2016, no Rio, a cabeça deles já começou a planejar
como chegar à Tóquio. 
 Nos Jogos Mundiais Militares de Wuhan, na China, eles
puderam se sentir mais perto. Não apenas fisicamente, claro, mas,
principalmente, em termos de perspectivas.
 É bom destacar que nem todos os atletas de
ponta do Brasil são militares. Mas muitos são. 13 das 19 medalhas conquistadas
no Rio há três anos vieram de atletas das Forças Armadas. 
 E eles continuam
representando uma fatia importante da nata do nosso esporte. Na China, quase
todos os grandes nomes, sejam estabelecidos ou emergentes, justificaram a
expectativa e o investimento com bons resultados.
 Comparar-se com a China, país de imensas
dimensões que já é uma potência no esporte não-militar, não é a melhor forma de
avaliar o desempenho do Brasil. Em terceiro lugar (atrás também de outra
gigante, a Rússia) nossa delegação foi muito bem. Campeões olímpicos como
Rafaela Silva, no judô, e Bruno Schmidt (agora acompanhado por Evandro), no
vôlei de praia, reafirmaram o alto padrão conquistando ouros. Arthur Zanetti,
da ginástica artística, e Ana Marcela Cunha, da maratona aquática, outros nomes
conhecidos pelos serviços prestados ao esporte olímpico brasileiro em
competições consideradas de alto nível, também subiram ao pódio. Além disso,
bons nomes surgem como possibilidades de explodir definitivamente em Tóquio.
Darlan Romani, de 28 anos, foi ouro no arremesso de peso. Bia Ferreira, do
boxe, de 26 anos, não conseguiu repetir o título mundial conquistado
recentemente, mas levou a prata em Wuhan. Mais novo, Edival Marques, do taekwondo,
conhecido como Netinho, pode tornar o apelido famoso no Brasil. Aos 22 anos,
ele também levou o ouro na China. O revezamento 4x100m estilo livre masculino
da natação do Brasil foi outro que ganhou o ouro, com atletas com idades entre
19 e 22 anos.
 Em quase todos esses casos os atletas já
possuem a vaga para Tóquio. Em termos de adquirir confiança e de fato se
preparar, Wuhan certamente foi um passo importante. Uma escala determinante
para um bom resultado no destino principal.
Foto: Igor Santos