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 Silvio Santos raramente comenta notícias a seu
respeito ou sobre o SBT. Não costuma se importar com críticas ou comentários
negativos e, no fundo, acredita é melhor ser falado do que ignorado.
 O dono do SBT abre exceção, eventualmente,
para fatos que afetem os seus negócios. Ou que coloquem em dúvida a sua posição
de subordinação ao governo – qualquer governo.
 Desde a década de 1970, Silvio Santos deu
seguidas declarações e demonstrações de fidelidade canina ao governo federal.
Sempre se colocou à disposição para promover ações governamentais. Mais de uma
vez disse que o SBT não criticava o governo.
 Por 16 anos, entre 1981 e 1997, exibiu aos
domingos o quadro “A Semana do Presidente”, divulgando a agenda de
diversos mandatários, de João Figueiredo a Fernando Henrique Cardoso.
 Este contexto é necessário para entender a
surpreendente nota oficial que Silvio divulgou nesta quinta-feira (16), em
resposta a uma nota publicada no site de “Veja”. Segundo a revista, o
empresário teria indicado ao presidente Jair Bolsonaro o nome do médico Cláudio
Lottenberg para substituir Luiz Henrique Mandetta, no Ministério da Saúde.
 “Em referência a matéria veiculada na
coluna Radar da Veja, com o título ‘Silvio Santos também indica nome a
Bolsonaro para lugar de Mandetta’ esclareço que Silvio Santos não se mete em
questões políticas e nem falaria com o presidente Jair Bolsonaro sobre qualquer
atitude determinada por ele”, afirma a assessoria do dono do SBT.
 Em seguida, é o próprio Silvio quem diz:
“A minha concessão de televisão pertence ao governo federal e eu jamais me
colocaria contra qualquer decisão do meu ‘patrão’ que é o dono da minha
concessão. Nunca acreditei que um empregado ficasse contra o dono, ou ele
aceita a opinião do chefe, ou então arranja outro emprego”.
 O texto reafirma uma posição de subalternidade
que Silvio sempre demonstrou diante do governo federal e, de quebra, defende a
decisão de Bolsonaro de substituir Mandetta por pensar diferente do chefe.
Fonte: Portal UOL
Foto: Divulgação