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Mundo – O Twitter vai começar a demitir funcionários hoje, disse a rede social num email enviado aos trabalhadores, uma semana depois de ter sido adquirida pelo empresário Elon Musk.

A mensagem indicou que todos os funcionários vão receber informações ainda esta manhã, assim que abrir o escritório do Twitter na Califórnia, no oeste dos Estados Unidos, mas não especifica quantas pessoas serão demitidas.

“Reconhecemos que vários indivíduos que fizeram contribuições notáveis para o Twitter serão afetados, mas essa ação infelizmente é necessária para garantir o sucesso da empresa no futuro”, disse a empresa aos funcionários.

Horas antes, o jornal Financial Times (FT) tinha dito que Musk pretendia demitir até metade dos 7.500 funcionários do Twitter, de acordo com fontes ligadas à compra da empresa digital, como parte do corte planeado de custos.

Como parte desses planos, o bilionário pretende cortar cerca de 3.700 postos de trabalho da empresa digital adquirida por 44 mil milhões de dólares (45,3 mil milhões de euros), indicaram fontes próximas do projeto.

“O processo de demissão em andamento é uma farsa e uma desgraça. Os lacaios da Tesla tomam decisões sobre pessoas sobre as quais não sabem nada, exceto o número de linhas de código produzidas. Isso é um completo absurdo”, disse, no domingo, Taylor Leese, diretor de uma equipa de engenharia do Twitter, que disse ter sido demitido.

De acordo com o jornal britânico, Musk também pretende exigir o trabalho presencial nos escritórios a partir de segunda-feira, revertendo a atual política do Twitter, que permite aos funcionários trabalhar remotamente.

O FT acrescentou que Musk já deixou a marca no Twitter, desde que finalizou a aquisição, pedindo aos funcionários que trabalhem em tempo integral em projetos selecionados.

No final da semana passada, Musk reformulou a equipa, demitindo executivos, incluindo o responsável do Twitter, Parag Agrawal, enquanto levou para a empresa um pequeno grupo de conselheiros de confiança, incluindo o advogado pessoal Alex Spiro.

Publicidade a fugir

Entretanto, a ‘gigante’ agroalimentar norte-americana General Mills suspendeu a publicidade no Twitter, naquele que é mais um sinal da preocupação das marcas com a visão do novo proprietário da rede social, Elon Musk, sobre moderar os conteúdos digitais.

“Suspendemos a publicidade no Twitter”, confirmou à France-Presse (AFP) a porta-voz da General Mills, Kelsey Roemhildt.

O grupo, que inclui as marcas Cheerios e Häagen-Dazs disse ainda que vai continuar a “monitorizar a evolução da situação e avaliar os gastos com marketing”.

Na sexta-feira, um dia após a aquisição do Twitter pelo chefe da Tesla, a fabricante General Motors informou que tinha suspendido temporariamente o pagamento por anúncios no Twitter.

Na quinta-feira, o Wall Street Journal afirmou que a Mondelez International (fabricante dos biscoitos Oreo), a Pfizer e a Audi (Volkswagen) tomaram decisões semelhantes.

Os anunciantes, que respondem por 90% da receita do Twitter, temem que a liberalização dos regulamentos de moderação de conteúdo, defendida por Elon Musk, torne a plataforma inóspita, com a maioria das marcas a preferir evitar a associação com conteúdo não consensual.

Desde quinta-feira, o empresário tem tentado tranquilizar as marcas, tendo escrito uma mensagem onde prometia que o Twitter não se tornaria numa plataforma “infernal”, “onde qualquer coisa pode ser dita sem consequências”.

Musk prometeu também formar um conselho de moderação de conteúdo e levar algumas semanas antes de, eventualmente, autorizar o regresso de pessoas banidas da plataforma, como o ex-Presidente norte-americano, Donald Trump.

No entanto, nem as marcas, nem várias organizações não-governamentais (ONG) parecem estar convencidas.